Presidente dos Estados Unidos disse que grupo deve solicitar asilo no México. Mais cedo, vice-chanceler hondurenha disse que mais de 2 mil pessoas decidiram voltar para casa.
Por France Presse
O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou neste domingo (21) que “todos os esforços” estão sendo feitos para “deter o ataque” de milhares de migrantes hondurenhos que caminham em caravana do México com destino aos Estados Unidos. “Todos os esforços estão sendo feitos para impedir que o ataque de estrangeiros ilegais atravesse nossa fronteira sul”, publicou o presidente nas redes sociais. “Primeiramente, estas pessoas têm que solicitar asilo no México. Caso não o façam, os Estados Unidos irão recusá-las”, ressaltou Trump.
“As caravanas são uma desgraça para o Partido Democrata. Mudem agora as leis migratórias”, acrescentou, após acusar os democratas de terem incentivado as migrações em massa para os Estados Unidos.
Milhares de hondurenhos avançavam neste domingo para os Estados Unidos a partir de Ciudad Hidalgo, no sul do México, enquanto outros aguardavam em uma ponte fronteiriça para entrar legalmente em território mexicano. Autoridades mexicanas tiveram sucesso, em um primeiro momento, em bloquear a caravana, mas muitos hondurenhos conseguiram entrar ilegalmente naquele país.
Volta voluntária
Mais 2 mil cidadãos de Honduras que integravam a caravana de imigrantes que saiu no dia 13 de seu país com a intenção de chegar aos Estados Unidos decidiram retornar a seu país de maneira voluntária, informou neste domingo a vice-chanceler hondurenha, Nelly Jerez, segundo a agência EFE.
“Até o momento, retornaram a Honduras mais de 2 mil compatriotas da Guatemala e da fronteira com o México, que foram auxiliados e atendidos em suas necessidades básicas, o que garantiu um retorno seguro e ordenado às suas comunidades de origem”, destacou.
Além disso, Jerez afirmou que, nas próximas horas, será realizada a transferência de mais de 400 hondurenhos, que serão atendidos no Centro de Atendimento ao Migrante Retornado em Omoa.
Jerez indicou que devido à “mobilização irregular atípica”, o governo hondurenho colocou à disposição de seus cidadãos o Centro de Atendimento Móvel em Agua Caliente, a passagem fronteiriça entre Honduras e Guatemala, que permanece fechada temporariamente desde ontem, depois que centenas de imigrantes atravessaram a divisa e seguiram rumo ao país vizinho.
Caravana
Milhares de imigrantes que começaram a travessia no dia 13 retomaram neste domingo o caminho para os Estados Unidos depois de passarem pelos trâmites migratórios do México, cujo governo advertiu que irá deportar os que entrarem ilegalmente em seu território.
De acordo com fontes da Defesa Civil do México, mais de 3 mil imigrantes estão percorrendo os quase 40 quilômetros entre Ciudad Hidalgo e Tapachula, a segunda cidade mais importante do estado mexicano de Chiapas, onde anunciaram que passarão a noite.
O Ministério das Relações Exteriores do México informou que, até 19 de outubro, tinham chegado à fronteira sul do país cerca de 4.500 imigrantes centro-americanos, que receberam atenção constante e atendimento humanitário.
Exaustas e famintas, as pessoas que participam da caravana chegaram à fronteira depois de caminharem centenas de quilômetros na chuva e no calor, comendo e dormindo como podiam.
Os imigrantes, entre os quais idosos, crianças e mulheres grávidas, cruzaram a ponte sobre o rio Suchiate, que liga a Guatemala ao território mexicano, correndo, tomados pela euforia por terem finalmente deixado a Guatemala para trás.
Pouco mais de 2.200 imigrantes se mantêm na ponte fronteiriça entre Ciudad Hidalgo (México) e Tecún Umán (Guatemala). Segundo o Ministério de Relações Exteriores do México, os imigrantes estão recebendo água e atendimento médico e já foram informados sobre os trâmites pelos quais devem passar para entrar no país.