Dois dias depois de ter anunciado que havia desistido de uma viagem a Nova York, onde receberia um prêmio da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo (5) que vai para os Estados Unidos.
O presidente foi questionado por jornalistas se havia desistido da viagem por conta das críticas do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, que chegou a pedir a um dos locais escolhidos para o evento que não recebesse o presidente por considerá-lo um “ser humano perigoso”. Bolsonaro respondeu: “Eu vou para os Estados Unidos. Eu vou para os Estados Unidos.”
O G1 procurou a Presidência da Repúblicas e pediu mais detalhes sobre a declaração de Bolsonaro deste domingo, se o presidente vai a Nova York para a homenagem ou se se referia a uma outra possível viagem. Até a última atualização desta reportagem, o G1 aguardava a resposta.
Na sexta (3), Bolsonaro anunciou em nota que não iria mais à cerimônia da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, no dia 14 de maio, por causa dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesse. O presidente disse ainda na nota que os ataques caracterizam “a ideologização da atividade.”
Bill de Blasio é do Partido Democrata, rival do Partido Republicano do presidente Donald Trump. No sábado (4), Blasio chegou a comemorar a desistência, subindo nas redes sociais o tom das críticas que vinha fazendo desde o anúncio da homenagem a Bolsonaro.
De Blasio apelou para deboche ao afirmar que “valentões normalmente não aguentam um tranco.” Ele também disse que o ódio de Bolsonaro não é bem-vindo em Nova York.
O vice-presidente Hamilton Mourão rebateu nas redes sociais as críticas de de Blasio. Mourão disse que o prefeito de Nova York “surpreendeu quem tem Nova York como a cidade que universalmente acolhe pessoas de todas as origens, culturas, crenças e opiniões.” Disse ainda que o prefeito ataca Bolsonaro sem conhece-lo e ofende todo o Brasil, que é representado democraticamente por seu presidente.