A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse em uma rede social nesta quarta-feira (7) que um navio com 25 mil toneladas de soja que rumava à Venezuela está parado no Canal do Panamá, impedido de chegar ao seu destino porque a empresa seguradora se recusa a firmar um contrato.
De acordo com Rodríguez, trata-se de uma consequência do bloqueio imposto pelo governo de Donald Trump, dos Estados Unidos.
“O dono do barco que traz uma provisão vital para alimentos foi informado pela seguradora que estava impedido de trazer essa carga à Venezuela atendendo às sanções ilegais. Esse ato constitui uma gravíssima violação do direito internacional e das regras da ONU”, escreveu ela.
O órgão do governo panamenho que administra o canal nega, no entanto, que haja uma embarcação parada ali. “Todos os trânsitos programados estão sendo realizados com absoluta normalidade e sem contratempos. Nenhum navio está sendo retido como circulou nas redes sociais hoje”, informa a conta da Autoridade do Canal do Panamá, citando Delcy.
Venezuela, Irã, Síria, Cuba e Coreia do Norte são bloqueados
Por meio de uma ordem executiva anunciada na segunda (5), os EUA impuseram sanções econômicas totais contra o governo da Venezuela. Isso implica o congelamento de todos os ativos do país e a proibição de transações com ele, a menos que estejam especificamente isentas.
É a primeira vez que o governo americano toma esse tipo de ação contra um governo ocidental em mais de 30 anos, de acordo com o “Wall Street Journal”.
A medida coloca a Venezuela ao lado de Cuba, Coreia do Norte, Irã e Síria, os outros únicos países a sofrerem restrições semelhantes por parte dos EUA na atualidade.
“Todas as propriedades e interesses em propriedade do Governo da Venezuela que estão nos Estados Unidos … estão bloqueados e não podem ser transferidos, pagos, exportados, retirados ou de outra forma negociados”, diz a ordem executiva, segundo a agência Reuters.
União Europeia é contra sanção
Mais cedo, a União Européia (UE) lembrou que é contra a aplicação extraterritorial de medidas restritivas como as que os Estados Unidos decidiram impor à Venezuela.
“Nossa posição é conhecida, nos opomos a aplicação extraterritorial de medidas unilaterais”, disse o porta-voz do bloco Carlos Martín Ruiz de Gordejuela durante entrevista coletiva da Comissão Europeia. Ele disse que a UE “não comenta” sobre últimas sanções dos EUA a Caracas.
“Estamos analisando detalhadamente o escopo e as implicações”, acrescentou outra porta-voz, Annika Breidthardt.