O Irã disse a potências europeias nesta segunda-feira (5) que reduzirá ainda mais o cumprimento do acordo nuclear de 2015 dentro de um mês se os europeus não fizerem nada para proteger o país das sanções dos Estados Unidos, restabelecidas depois que Washington abandonou o pacto.
Os signatários europeus do acordo não conseguiram impedir que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agisse para forçar o Irã a aceitar limites mais rígidos sobre sua atividade nuclear e para estrangular o comércio de petróleo iraniano, vital para a economia do país.
O Irã ameaçou bloquear todas as exportações de commodities energéticas que passem pelo Estreito de Ormuz, por onde um quinto do tráfego global de petróleo passa, se não conseguir comercializar seu petróleo como era garantido pelo acordo de 2015, em troca da limitação do programa de enriquecimento de urânio.
“Com a continuidade da inatividade dos europeus na honra de seus compromissos (ao acordo nuclear), o Irã tomará um terceiro passo (na redução de compromissos) em aproximadamente um mês”, disse Behrouz Kamalvandi, porta-voz da Agência de Energia Atômica do Irã.
O Irã aumentou sua reserva de água pesada para mais de 130 toneladas e sua reserva de urânio enriquecido para mais de 300 quilos, disse Kamalvandi à agência de notícias IRIB.
O acordo – estabelecido para impedir que o Irã fabricasse urânio enriquecido que poderia ser utilizado em bombas nucleares – permitia uma reserva máxima de 300 quilos de urânio levemente enriquecido. Também havia uma limitação de 130 toneladas de água pesada, que em altas quantidades pode produzir plutônio – que também pode ser usado em bombas atômicas.