Redação Reuters
O saldo de mortes de um barco repleto de imigrantes que naufragou no litoral da Tunísia no domingo subiu para ao menos 60, disse nesta terça-feira a agência de imigração da Organização das Nações Unidas (ONU).
O barco sobrecarregado afundou perto de Kerkenna, ilha do sul tunisiano. Ao menos 100 pessoas morreram ou estão desaparecidas, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
“Entre as 60 vítimas transferidas ao departamento forense do hospital Habib Bourguiba de Sfax, 48 são tunisianos… 12 são não tunisianos, as identificações estão em progresso”, disse Lorena Lando, chefe da missão da OIM na Tunísia, em um comunicado divulgado na noite de segunda-feira.
Os traficantes de pessoas estão usando a Tunísia cada vez mais como ponto de embarque de imigrantes rumo à Europa, já que a Guarda Costeira da Líbia intensificou os controles auxiliada por grupos armados.
As autoridades tunisianas, que no domingo disseram ter recuperado 48 corpos, não forneceram novas cifras, mas disseram que a Guarda Costeira ainda procura dezenas de imigrantes desaparecidos.
A OIM disse que 68 foram resgatados — 60 tunisianos, dois marroquinos, um líbio, um malinês, um cidadão camaronês e três marfinenses.
Segundo a entidade, 1.910 imigrantes tunisianos chegaram à Itália entre 1o de janeiro e 30 de abril, entre eles 39 mulheres e 307 menores de idade, 293 dos quais desacompanhados. Autoridades de segurança disseram que o barco estava lotado com cerca de 180 imigrantes, incluindo 80 de outros países da África.
Os sobreviventes relataram que o capitão abandonou a embarcação depois que ela começou a afundar para não ser preso pela Guarda Costeira.
Muitos tunisianos desempregados e outros africanos já tentaram cruzar da Tunísia para a Sicília, no sul italiano, em barcos improvisados. A economia do país do norte da África está em crise desde que a deposição do autocrata Zine al-Abidine Ben Ali em 2011 o mergulhou no caos provocando desemprego e uma disparada da inflação.
Na segunda-feira o novo ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, disse que seu país não será mais o “campo de refugiados da Europa”, prometendo ações duras para reduzir a chegada de imigrantes e enviar de volta os que já chegaram.