Nesse evento, a Confreira Amiga do Vinho, Nelma Pereira Ribeiro degustou e avaliou os vinhos servidos no evento: “Blanc Magnifique: vinho leve, cor amarelo brilhante, com aromas florais e frutas frescas. Blanc Musca: elaborado a partir da variedade Chardonnay com 14% de álcool, muito agradável; Mystére Selian Rosé 2017: vinho leve e refrescante, apresenta aromas florais e muito elegantes. Dá pra perceber que os vinhos da Tunísia têm influência francesa pela escolha das uvas. Muito bons vinhos!”.
A história da elaboração de vinhos na Tunísia é antiga, iniciada há 800 a.C. na lendária cidade de Cartago, próspera e centro marítimo da civilização fenícia por conta da localização estratégica. E foram os fenícios que lá plantaram as primeiras videiras.
A cultura da elaboração de vinhos na Tunísia continuou durante o império romano. Foi fonte para a sobrevivência dos imigrantes italianos no século XVIII e impelido no século XIX pelos franceses quando ocuparam o país. Por conta disso, o francês é o idioma mais falado no país, embora o idioma oficial seja o árabe. Nesse período os franceses instituíram muitos aspectos da cultura da produção de vinhos, como por exemplo as variedades de uvas, as AOC-Appellation D’origine Contrôlée, os nomes Château, Côteaux, Clos, Domaine e, ainda, o modo de elaboração dos vinhos que até hoje apresentam características muito próximas dos vinhos franceses, como a acidez moderada e aromas frutados. A produção dos vinhos é limitada à faixa costeira ao norte e leste do país nas regiões Nabeul, Cap Bon, Bizerte, regiões que recebem influência da refrescante brisa maditerrânea.
Na Tunísia cultivam-se várias uvas, como Alicante Bouschet, Beldi (Alicante Branco), Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Carignan, Catarato, Chardonnay, Cinsault, Clairette Pointue, Grenache, Merlot, Merseguera, Monique, Morastel, Moscate de Kelibia (Moscato de Alexandria), Mourvèdre, Pedro Ximenes, Pignatello, Pinot Noir, Rezzegui, Sangiovese, Syrah, Ugni Blanc. Possui um sistema de classificação como: Vins de Consommation Courante, Vins Superieurs, Vins de Qualite Superieure e a produção de vinhos está organizada em 7 Appellation D’origine Contrôlée, que são: AOC Mornag Grand Cru, AOC Mornag, AOC Côteaux de Tébourba, AOC Sidi Salem, AOC Kelibia, AOC Thibar e AOC Côteaux d’Utique. Cada uma com suas particularidades de terroir e de vinhos.
Com uma produção em torno de 600.000 hectolitros/ano de vinhos oriundos de 38 mil hectares de vinhedos plantados, a Tunísia consome anualmente 2,2 litros por habitante. A Alemanha e a França compram 40% da sua produção.
Além dos excelentes vinhos, a culinária também é excepcional: à base dos melhores azeites, são bem temperadas, picantes e na harmonização genética (vinhos e comidas da mesma região), ocorre a perfeita combinação de sabores, cores e texturas muito agradáveis.
Na Tunísia produz-se ainda, o Boukha, bebida alcoólica destilada de figos que apresenta 40% de álcool. Semelhante à vodka, sem aromas pronunciados, é usado como base para vários coquetéis.
Tunísia, cuja capital Túnis apresenta edificações com riquíssima arquitetura islâmica, é um dos países mais desenvolvidos do continente africano com alta renda per capita e alto IDH-Índice de Desenvolvimento Humano. É banhada pelo Mar Mediterrâneo ao norte e leste, com praias exuberantes, sendo um atrativo para férias de muitos europeus.
Em Brasília já encontramos vários exemplares disponíveis para compras.
Tim-tim!
https://www.facebook.com/rachel.alves.professora.vinhos
https://www.instagram.com/rachelalves.professoravinhos