O Brasil compra eletrônicos, calçados e acessórios de telefonia do Vietnã, entre outros produtos. Já os vietnamitas compram algodão, milho, soja e carne daqui. Embora ainda seja tímida – representando 0,8% do total das importações brasileiras –, a relação comercial entre os dois países tem crescido. Só no ano passado, o comércio bilateral movimentou US$ 4,5 bilhões, 15% a mais que em 2017. Para impulsionar essa relação, o embaixador do Vietnã no Brasil, Do Ba Khoa, vem a Minas Gerais apresentar oportunidades de negócios e parcerias em um seminário que acontece amanhã, na sede da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), realizado em conjunto com o Instituto JK Relações Internacionais, Difusão e Fomento.
“Atualmente, nossos laços de cooperação econômica comercial estão se desenvolvendo de forma muito positiva, mas ainda existem grandes espaços para promoção de investimentos, e, para isso, quero apresentar aos empresários mineiros as vantagens competitivas”, destaca Do Ba Khoa.
Segundo o embaixador, a qualidade técnica da mão de obra, que tem um custo menor, e a simplicidade da carga tributária são grandes atrativos. Entretanto, não são os únicos estímulos. “Um aspecto muito importante para os investidores estrangeiros é que o Vietnã tem um acordo de livre comércio com 58 países no mundo. O empresário que produzir lá vai gozar de tarifas preferenciais. Portanto, investir no Vietnã abre portas para outros mercados”, destaca.
Ainda sobre vantagens competitivas, o embaixador ressalta as condições tributárias. “No Vietnã, os empresários pagam uma carga total de impostos de 32%, incluindo, por exemplo, o seguro social, a garantia por tempo de serviço e o seguro-saúde. Além disso, a carga tributária é compartilhada com o trabalhador, que também paga uma porcentagem. Também podemos destacar estabilidade macroeconômica e política, que é muito importante para os investidores estrangeiros”, avalia.
À frente da embaixada vietnamita no Brasil desde janeiro de 2017, Do Ba Khoa destaca que o incremento das relações com o país tem se dado num ritmo incrível. “De 2001 até 2017, o valor do nosso intercâmbio bilateral alcançou US$ 4 bilhões e cresceu 153 vezes”, compara. “São relações complementares. Por exemplo, o Brasil produz café arábica, e nós produzimos café robusta. As duas indústrias precisam de ambos para fazer o blend de exportação”, exemplifica.
Minas tem 25% das exportações
A gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiemg, Rebecca Macedo, destaca que a balança comercial entre Minas Gerais e o Vietnã é superavitária. “Minas é responsável por mais de 25% da participação brasileira na exportação para lá, tanto de produtos metalúrgicos quanto de couros e calçados”, conta.
Segundo Rebecca, o seminário que apresentará oportunidades de negócios com o Vietnã será importante para intensificar as relações comerciais já existentes, que são mais expressivas no setor da mineração, explorando outros segmentos, como alimentos.