O anúncio foi feito nesta terça-feira, 09, pelo ministro da Saúde Pública, Daniel Salinas. Em publicação no Twitter, o ministro expressou que, após o encerramento da agenda para os próximos dias, as doses da vacina chinesa CoronaVac que não forem utilizadas serão enviadas para as cidades na fronteira.
Neste momento, como explicado no site do Ministério, cerca de 110 mil pessoas já foram vacinadas no Uruguai e 165.026 têm a vacinação programada. No entanto, mais pessoas podem fazer agendamentos em algumas horas, motivo pelo qual não se sabe o número de doses que serão enviadas à fronteira. Nesta segunda-feira, e após ter sido vacinado, Salinas explicou à imprensa que no Brasil existe “um problema muito grave” porque a cepa P1 do coronavírus Sars-CoV-2 (causador da covid-19) está em mutação, o que representa “um novo desafio” para o Uruguai.
“Estamos ‘ameaçados’, entre aspas, pela situação epidemiológica brasileira. A rapidez com a qual nos vacinamos vai ser fundamental para que o vírus deixe de sofrer mutações no nosso país. Quando o vírus está circulando, o vírus sofre mutação”, explicou o ministro uruguaio. Até agora, o Uruguai totaliza 64.700 casos de covid-19, 8.404 ativos no momento (87 deles internados em unidades de terapia intensiva).
O país já contabilizou 658 mortes por complicações da doença desde que a emergência sanitária foi declarada, em 13 de março de 2020. Quanto aos cinco departamentos (províncias) na fronteira com o Brasil, o mais afetado é Rivera, onde existem 650 casos ativos de covid-19.
De acordo com dados do Grupo Uruguaio Interdisciplinar de Análise de Dados da Covid-19, nos últimos sete dias houve uma média de 62,63 casos a cada 100 mil pessoas em Rivera, motivo pelo qual o depatamento se encontra na zona vermelha de risco da pandemia do índice de Harvard. Cerro Largo e Artigas registram 41,62 e 29,69, respectivamente, e também estão marcados com a cor vermelha. Rocha e Treinta y Tres, entretanto, com média de 13,31 e 14,14, respectivamente, estão na zona laranja.
O Uruguai receberá na quarta-feira as primeiras doses da vacina da americana Pfizer, que serão utilizadas inicialmente para a vacinação de profissionais da saúde. Até agora, puderam ser vacinados policiais, militares, bombeiros, professores e trabalhadores do Instituto da Criança e do Adolescente (INAU) com menos de 60 anos, além de pessoas com idades entre 55 e 59 anos e pacientes de diálise crônica ou em lista de espera por transplantes.