Novo prazo dá a Theresa May e aos líderes europeus mais tempo para aprovar o acordo de saída no Parlamento britânico
Por G1
A União Europeia concordou nesta quarta-feira (10) em conceder, pela segunda vez, uma prorrogação à saída do Reino Unido do bloco. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, confirmou que o bloco definiu o novo prazo para o Brexit para 31 de outubro deste ano.
“Isso significa que o Reino Unido terá mais seis meses para encontrar a melhor solução possível”, escreveu Tusk, no Twitter.
Tusk se encontrou com a primeira-ministra britânica, Theresa May, que concordou com a prorrogação. Em coletiva de imprensa, o chefe do Conselho afirmou que, até 31 de outubro, o Reino Unido:
Poderá negociar e mudar o texto da declaração política, mas não o do acordo de retirada;
Continua como membro pleno da União Europeia;
Deverá participar das eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para maio;
Terá o direito de desistir do processo de saída e, então, cancelar o Brexit.
Por outro lado, o Brexit pode ser antecipado em dois cenários:
Caso o Reino Unido não participe das eleições para o Parlamento Europeu, o país deixa o bloco em 1º de junho;
Se o Parlamento britânico aprovar o acordo costurado entre May e a União Europeia antes de 31 de outubro, o Reino Unido deixa o bloco no no primeiro dia do mês seguinte à aprovação da proposta.
A data prevista anteriormente para que o Reino Unido deixasse a União Europeia era 29 de março. Porém, um primeiro adiamento remarcou a data para 22 de maio – caso o Parlamento britânico aprovasse o acordo apresentado por May. Se os parlamentares não votassem a proposta ou a recusasse – como aconteceu três vezes –, o Brexit ocorreria em 12 de abril.
Dia de negociações
Nesta quarta, May foi à sede do Conselho Europeu, em Bruxelas, pedir um novo adiamento até 30 de junho. A maior parte dos integrantes do Conselho era favorável a uma extensão longa, possivelmente até o final do ano, com alguns membros sugerindo até mesmo datas em 2020.
Já o presidente da França, Emmanuel Macron, manteve-se firme ao recusar um prazo maior, afirmando que não havia garantias britânicas de que um acordo será firmado em breve. As discussões levaram horas porque, para chegar a uma data oficial, era necessário que todos os 27 países integrantes da União Europeia (além do Reino Unido) aprovassem o mesmo dia.
Acordos rejeitados
May pediu um novo adiamento depois que seu acordo com a União Europeia foi rejeitado três vezes pelo Parlamento britânico, deixando cada vez mais próxima a chance de um Brexit sem acordo.
Depois disso, o próprio Parlamento apresentou uma série de opções ao acordo, mas também rejeitou todas elas.