UNESCO
O Comitê Científico Internacional da coleção História Geral da África, desenvolvida pela UNESCO, se encontrou em Belo Horizonte, de 25 a 28 de março, para finalizar o projeto dos próximos três volumes da coleção, a serem lançados em 2020.
Esses novos volumes (IX, X e XI) enriquecem a obra original, que foi publicada pela UNESCO entre 1964 e 1999. Eles analisam os eventos que aconteceram no continente desde o final do apartheid na África do Sul e as contribuições das diásporas. Os volumes refletem o trabalho de 200 autores que desenvolveram o conceito de África Global, que descreve as ligações entre os africanos no continente e as pessoas descendentes de africanos que vivem nas Américas do Sul, Central e do Norte, no Caribe, no Oceano Índico, no Oriente Médio e em outras partes do mundo.
“Este projeto tem o objetivo de capacitar os jovens, na África e na diáspora, a entender melhor sua história e, consequentemente, lançá-los a um futuro no qual eles serão os donos de seus próprios destinos”, diz Augustin Holl, presidente do Comitê Científico e professor da Universidade de Xiamen (China).
Em 1964, a UNESCO foi pioneira quando lançou a coleção História Geral da África, que conferiu uma perspectiva africana, livre do preconceito racial da colonização, sobre o passado do continente, que tem mais de 3 milhões de anos.
A obra adotou um enfoque inovador que reconhece o trabalho de pesquisadores africanos, as tradições orais e novos dados, em particular no campo da arqueologia. Além disso, a obra considera a África como um todo, o que permitiu examinar as relações entre as diferentes partes do continente, bem como suas ligações históricas com o restante do mundo.
A História Geral da África foi publicada em 13 línguas, incluindo inglês, francês, português e árabe, assim como três línguas africanas (fula, hauçá e suaíli). A reunião do Comitê Científico foi possível graças ao apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Escola Superior Dom Helder Câmara.