A União Europeia (UE) lamentou, nesta terça-feira (12/1), a entrada em vigor das novas tarifas americanas sobre produtos franceses e alemães e reiterou que vai negociar o caso com o governo do novo presidente Joe Biden, no âmbito de uma nova agenda transatlântica.
Washington surpreendeu ao anunciar, no final de 2020, a decisão de impor tarifas adicionais aos produtos europeus, em retaliação às medidas que a UE havia adotado no âmbito da disputa entre Airbus e Boeing por subsídios estatais.
Com esta nova medida, Washington acrescentou à lista de produtos europeus com tarifas especiais as peças de reposição para aviões, assim como vinhos não espumantes e conhaques de França e Alemanha.
Em um comunicado à imprensa, a Comissão Europeia observou nesta terça que “toma nota da entrada em vigor das tarifas americanas decorrentes do caso Airbus da OMC sobre subsídios a aviões”.
“Como deixamos claro antes, lamentamos que os Estados Unidos tenham optado por adicionar mais produtos da UE à sua lista de represálias”, acrescentou. A nota acrescenta que a UE “espera participar de forma construtiva com a nova administração dos Estados Unidos para resolver esta disputa de longa duração, como parte de uma renovada agenda transatlântica”.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) havia autorizado a UE a adotar tarifas sobre os produtos norte-americanos em decorrência da interminável disputa gerada pelos dois gigantes aeronáuticos, que se arrasta há 16 anos.
Washington considerou, porém, que o método de cálculo utilizado pela UE para definir suas medidas penalizava excessivamente os produtos norte-americanos e, portanto, decidiu adotar novas tarifas.
Desde 2019, os Estados Unidos impuseram tarifas punitivas de até 25% sobre as importações de produtos europeus, como vinho, queijo, azeite, ou uísque escocês, bem como impostos de 15% sobre as aeronaves Airbus.