Jornalista saudita Jamal Khashoggi entrou na sede do consulado da Arábia Saudita, em Istambul. Desde então, ele está desaparecido.
Por Agência EFE
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta segunda-feira (8) que seu país tem o dever “político e humano” de esclarecer o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi, um crítico às políticas externas do país e à repressão sobre dissidentes.
O paradeiro do jornalista é desconhecido desde terça-feira (8), quando ele entrou na sede do consulado da Arábia Saudita, em Istambul. Ele deixou a Arábia Saudita no ano passado dizendo temer retaliações por suas opiniões.
“As autoridades consulares [sauditas] não podem se salvar dizendo simplesmente que ‘[Khashoggi] saiu [do edifício]’. Se ele saiu, vocês devem comprovar com imagens”, enfatizou o presidente turco.
Assim, Erdogan fez alusão ao fato de o edifício contar com câmeras de segurança instaladas e que, com a ajuda destas, seria possível demonstrar o que ocorreu. Promotores turcos investigam o caso.
“Acompanhar este processo é nosso dever tanto político como humano. Não deixaremos passar”, garantiu Erdogan. As declarações foram dadas por Erdogan após um encontro em Budapeste com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban.
O presidente turco insistiu que as autoridades de seu país estão fazendo o possível para solucionar o caso e afirmou que, além da polícia, poderia acionar também o serviço secreto na investigação.
A respeito das acusações de colegas e amigos de Khashoggi de que ele, que é crítico com a situação de seu país, foi assassinado no consulado, Erdogan só disse que “diversas notícias estão sendo publicadas na imprensa e o fato dá o que pensar”.
Erdogan chegou nesta segunda à capital húngara, onde se reuniu com o chefe de Estado, János Áder, antes de se encontrar com Orban.