Guerra civil devasta a Síria e deixa mais de 511 mil mortos
Notícias ao Minuto Brasil
A Turquia vai adiar uma operação militar programada para ocorrer no norte da Síria, depois que os Estados Unidos anunciaram a retirada das tropas americanas do país.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta sexta-feira (21) que a campanha militar começará nos próximos meses e apoiou “cautelosamente” a decisão de Washington de encerrar sua participação nos combates na Síria, que há sete anos passa por uma guerra civil que devasta o país e deixa mais de 511 mil mortos.
Erdogan critica há tempos a estratégia americana na Síria porque os EUA apoiam no norte do país as YPG, milícias curdas consideradas pela Turquia como um grupo terrorista e uma extensão do PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão.
O presidente disse que os EUA decidiram pela retirada de seus cerca de 2.000 soldados após ele ter garantido ao americano Donald Trump que a Turquia pode erradicar os remanescentes do Estados Islâmico na Síria apenas com apoio logístico de Washington.
Em discurso durante um encontro empresarial em Istambul, Erdogan disse que a Turquia trabalhará em planos para elimitar o EI e as YPG da região. “Estaremos trabalhando em nossos planos operacionais para eliminar integrantes do EI, que permanecem intactos na Síria, de acordo com nossa conversa com o presidente Trump”, disse.
Erdogan aprovou a decisão de retirada de tropas de Trump, que classificou de “a declaração mais clara e encorajadora” de Washington. Ele disse, no entanto, que a Turquia permanece cautelosa citando “experiências negativas do passado”.
Mais cedo, o ministro de Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, já havia dito que o país saúda a decisão de Trump. Durante uma visita a Malta, o ministro falou da necessidade de coordenar a retirada com os Estados Unidos e disse que todos os países precisam estar vigilantes em relação aos remanescentes do Estado Islâmico.
Ele também alertou que a retirada não deve criar um vácuo que possa ser preenchido por grupos terroristas. Cavusoglu disse que a comunidade internacional precisa se concentrar em um “processo político” para o futuro da Síria.