Ingrid Rizzo mora em Petrópolis e está de férias com o noivo na França. Ela contou que ia visitar o ponto turístico no domingo (14), mas teve um imprevisto: ‘Agora não vou mais’, lamentou
Por Aline Rickly, G1
A petropolitana Ingrid Rizzo, de 26 anos, está de férias com o noivo Gabriel Henrichs, de 29, em Paris e relatou ao G1 como foi a movimentação na tarde desta segunda-feira (15) durante o incêndio que atinge a Catedral de Notre-Dame.
Ingrid estava chegando à Torre Eiffel quando soube do incêndio. “Avistei muitas ambulâncias passando pela cidade, uma movimentação intensa. Quando cheguei à Torre avistei a fumaça do incêndio na Catedral de Notre-Dame. Neste momento, o terceiro piso da Torre Eiffel foi fechado, mas parece que agora está tudo normalizado”, contou Ingrid.
Ela não soube dizer se o fechamento da Torre teve a ver com o incêndio. “Eu não imaginava que era tão grave. Eu só fui me ligar mesmo que tinha alguma coisa porque o meu irmão entrou em contato comigo e me mostrou a notícia. Logo em seguida, dei de cara com a fumaça”, relatou.
Ingrid, que é publicitária, disse que ia visitar a catedral no domingo (14), mas teve um imprevisto e deixou para ir hoje. “Acabou que não vou mais”, lamentou.
Ainda não se sabe o que o causou o incêndio, mas pode estar relacionado a uma obra que vinha sendo feita no telhado. A emissora France 2 informou que a polícia está tratando o caso como um acidente. A polícia isolou a área e retirou os turistas que estavam dentro da catedral.
Turistas relatam tristeza
Turistas de Petrópolis e do Rio que já estiveram no ponto turístico também falaram sobre a tristeza após o incêndio que destruiu a catedral nesta segunda-feira. Mariana Louro, de 31 anos, esteve no local no mês passado durante as férias.
Segundo ela, a beleza estava em cada detalhe da arquitetura do patrimônio histórico. “É um ícone mundial. Foi um dos pontos que mais me chamaram a atenção em Paris, além da Torre Eiffel. Hoje, quando fiquei sabendo do incêndio, bateu uma tristeza. É uma notícia lamentável”, disse Mariana, que mora no Rio.
Já a administradora Thays Azevedo, de 29 anos, moradora de Petrópolis, esteve na catedral em 2017 e contou que a visita ficou registrada na memória.
“Ela era linda! Tinha um estilo gótico, mas o que mais me chamou atenção, foi o fato de as torres serem retas”, contou Thays, afirmando ter sentido muita tristeza ao saber do incêndio.
Elemento da identidade francesa
O templo tem mais de 800 anos e é um símbolo francês. Para o professor de História da Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Leandro Gavião, que é doutor em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Catedral de Notre-Dame, além de ter uma grande importância em termos arquitetônicos e também do ponto de vista da história do cristianismo, é principalmente um elemento integrante da identidade francesa.
“Ela esteve presente em episódios fundamentais da política da França: desde as depredações ocorridas durante a Revolução Francesa, passando pela coroação de Napoleão e a canonização de Joana D’Arc. Notre-Dame faz parte do conjunto de símbolos que estão na base do ser francês, além de ser o edifício religioso mais visitado do mundo”, diz o especialista.
Obras
Uma grande operação dos bombeiros está tentando controlar as chamas, que afetam sobretudo a torre central da catedral, visitada por milhares de pessoas todos os dias.
Também há chamas saindo das duas torres dos sinos, de acordo com testemunhas no local.
O incêndio pode estar ligado às obras que vinham sendo feitas no telhado do edifício. A torre central estava rodeada por um andaime. Imagens postadas em rede social mostram que uma parte dela caiu em meio às chamas.