Presidente da Riotur vê no turismo “a única saída” para a crise econômica que o Rio de Janeiro enfrenta
“O turismo é a maior indústria do mundo, de retorno imediato em todos os sentidos: gera emprego, trás receita para a cidade e propicia recursos para investir em saúde e educação e na melhoria da própria cidade”. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (04) pelo novo presidente da Empresa de Turismo do Rio de Janeiro (Riotur), Marcelo Alves. Para ele, o investimento no setur turístico pode ajudar a recuperar a grave situação econômica do estado.
Marcelo Alves esteve, pela manhã, no porto da cidade recepcionando pessoalmente os cerca de 2.600 turistas que desembarcaram do transatlântico Crown Princess, vindo de Buenos Aires com destino a Salvador. E disse que o principal objetivo de sua administração é duplicar o número de visitantes. “O Rio recebe atualmente cerca de 1,5 milhão a 2 milhões de turistas por ano e a nossa meta é dobrar, ainda neste ano, este número, o que é perfeitamente possível”.
Segundo Alves, “não tem justificativa para que uma cidade, com os encantos naturais aqui existentes e sendo uma das mais desejadas do mundo apareça apenas na 92ª posição entre as mais visitadas. Se nós não trabalharmos agora a base de receptividade de atendimento, reconhecermos que o turismo é a saída para a crise enfrentada pelo estado e melhorarmos os serviços voltados para os turistas, de nada adiantará trabalharmos em propaganda voltada para o turismo”.
O presidente da Riotur lembrou que, em decorrência da Copa do Mundo e das Olimpíadas, o Rio praticamente dobrou a oferta de quartos de hotéis, “e ainda assim conseguimos fechar o Réveillon com cerca de 85% a 90% de ocupação na rede. Este crescimento, além de quantitativo, foi também qualitativo. Mas o Rio só se transformará em destino turístico com melhoria de imagem, pois a concorrência é feroz em todo o mundo. O turismo tem que virar prioridade para a cidade”, disse.
Carnaval – Na avaliação de Alves, o Carnaval é a principal data turística da cidade. Por isto mesmo, ele diz que pretende aumentar o evento, “melhorando a logística do ponto de vista da segurança, de serviços e do conforto para os visitantes”. Segundo ele, os investimentos no Carnaval “tem um retorno para a cidade quatro vezes maior”.
Para o presidente da Riotur, o carioca precisa entender o turismo como a saída para o momento de crise que o estado atravessa. “Ele precisa tratar o turista bem, recebê-lo de braços abertos, fazê-lo se sentir em casa. Porque, do ponto de vista da infraestrutura, a cidade está preparada: o número de leitos aumentou, as atrações aumentaram”, disse.
Reclamações – Apesar do otimismo de Alves, as longas filas de espera, boa parte sob o sol, e o excesso de burocracia foram alvo de reclamações de boa parte dos passageiros que desembarcaram no Rio esta manhã. O americano Jimmy Nelson, por exemplo, do estado de Indiana, reclamou muito das filas no desembarque e dos serviços do navio.
“A expectativa era de que estaríamos desembarcando às 7h30, mas o navio apresentou problemas e só desembarcamos por volta das 9h30. Houve vazamento de esgoto em uma galeria, com um mau cheiro insuportável, e em determinado momento faltou luz e o ar-condicionado parou de funcionar. Houve ainda todo este trâmite burocrático no desembarque causado pela deficiência do serviço de imigração. Em Buenos Aires o serviço de embarque foi mais ágil e organizado”, protestou.
(*) Com informações da Agência Brasil