O governo da Tunísia proibiu, nesta sexta-feira (5), o véu islâmico niqab em instituições públicas, informou a agência de notícias Reuters, por questões de segurança. A decisão, do primeiro-ministro Youssef Chahed, vem depois que três ataques suicidas ocorreram no país em uma semana, todos reivindicados pelo Estado Islâmico.
Testemunhas alegam que, no ataque ocorrido em Túnis nesta terça (2), o autor estava disfarçado sob um niqab. O ministério do Interior nega.
O país se prepara para eleições ainda neste ano e, agora, vive o auge da temporada turística, em que espera atrair um número recorde de visitantes.
“Chahed assinou um decreto governamental que proíbe qualquer pessoa com rosto não revelado de ter acesso a sedes públicas, administrações e instituições, por razões de segurança”, disse uma fonte oficial à Reuters.
Em 2011, as mulheres foram autorizadas a usar o hijab e niqab na Tunísia depois de uma proibição de décadas sob os presidentes seculares Zine El Abidine Ben Ali e Habib Bourguiba, que rejeitaram todas as formas de vestimenta islâmica.
O país tem lutado contra grupos militantes que operam em áreas remotas perto da fronteira com a Argélia desde que uma revolta derrubou Ben Ali em 2011.
A Tunísia é um dos poucos países da região onde religiosos compartilham o poder com os partidos seculares.