Segundo a primeira-ministra britânica, ‘quando mais tempo isso demorar, maior é risco do Reino Unido nunca sair’ da UE
Notícias ao Minuto Brasil
A primeira-ministra britânica frisou nesse sábado (6) que a única alternativa é negociar com a oposição para que o Parlamento aprove um acordo para o brexit e advertiu para “o risco do Reino Unido nunca sair” da União Europeia.
“Quanto mais tempo isso levar, maior é o risco do Reino Unido nunca sair. O que significaria deixar que o brexit pelo qual o povo britânico votou escape por entre os dedos”, alertou May em uma mensagem divulgada na noite desse sábado (6).
Não vou aceitar. É fundamental concretizarmos o que as pessoas decidiram pelo voto e, para isso, temos de conseguir um acordo.”
May pediu na sexta-feira (5) aos restantes 27 Estados-membros da UE um adiamento da data de saída do Reino Unido do bloco, de 12 de abril para 30 de junho, e iniciou as negociações com o Partido Trabalhista para um compromisso que permita que o Parlamento aprove o acordo do brexit, depois de o acordo negociado com Bruxelas ter sido rejeitado três vezes na Câmara dos Comuns.
Contudo, os três dias de negociações com os trabalhistas já concluídos não produziram resultados positivos para a solução do impasse.O governo de May está sendo acusado de não apresentar nenhuma mudança real na proposta.
“Não vi nenhuma grande mudança na posição do Governo até agora”, afirmou o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, no sábado.
No comunicado que divulgou, a primeira-ministra britânica afirma que há “diversas áreas em que os principais partidos estão de acordo”, como “acabar com a livre circulação” de pessoas, “sair com um bom acordo” e “proteger os postos de trabalho”.
“Estas são as bases para chegar a um compromisso com o qual possamos obter uma maioria no Parlamento, a única forma de materializar o brexit”, afirma.
Segundo a imprensa britânica, o governo de May está disposto a ceder a algumas exigências dos trabalhistas.
A primeira-ministra admite, ainda segundo a imprensa, apresentar legislação para que um eventual novo primeiro-ministro possa reverter essa decisão e opte por um brexit mais duro.
As negociações com os trabalhistas acentuaram as críticas a Theresa May dentro do Partido Conservador, ao qual faz parte.
Um grupo de dezenas de conservadores divulgou uma carta em que afirma que os seus eleitores não aceitam o rumo que o processo de saída tomou e adverte que “o apoio ao partido está em queda livre”.