Ana Cristina Dib
Empresários e especialistas de mercado participaram na última terça-feira (22) de um novo seminário sobre oportunidades de negócio em Singapura, Malásia e Tailândia, organizado pelo Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp (Derex).
Segundo o diretor titular do Derex, Thomaz Zanotto, após o fim dos acordos com a União Europeia (UE), a mira do Mercosul estará voltada para o Sudeste asiático, de olho no movimento de urbanização da região e em novos mercados para venda de produtos de maior valor agregado. “Entendemos que houve melhoras, mas que o Brasil deve se abrir mais ao exterior, tanto na área de indústria como em serviços”, afirmou.
Já o diretor do Derex, Harry Chiang, frisou que Singapura é hoje é o maior investidor do Sudeste asiático no Brasil e o 25º entre os estrangeiros no país. “A Malásia, por sua vez, é forte na fabricação de equipamentos hospitalares e famosa por sua produção de alimentos para mercados árabes, segmento em que o Brasil está tentando uma expansão”, contou. Chiang completou “a Tailândia, o sonho de viagem de muitos brasileiros, representa muito mais que turismo, apresentando um trabalho consistente em processamento de alimentos”.
Chefe da missão e Encarregada de Negócios na embaixada de Singapura no Brasil, Siew Fei Chin detalhou os interesses dos asiáticos em setores como agronegócio, gestão de aeroportos, imóveis, logística, petróleo, gás, educação, tecnologia financeira e startups no mercado brasileiro.
De acordo com ela, o Brasil é o terceiro parceiro comercial de Singapura na América Latina, com destaques para produtos como carne suína e frango. “Dispomos de uma infraestrutura eficiente e de um ambiente político e econômico estável, além de uma boa conectividade com a região, atuando como uma porta de entrada do Brasil na Ásia, um mercado de 6 bilhões de pessoas”, assinalou.
Diretor do EDB Singapore em São Paulo, Pengfei Chen contou como trabalha pela aproximação com empresas braisleiras para disseminar sua ilha de 5,6 milhões de pessoas, que apesar de pequena, figura como importante incentivadora de novos negócios, por meio de impostos mais baixos, e PIB (Produto Interno Bruto) diversificado. Da Enterprise Singapore, também na capital paulista, Benedict Koh explicou que a ideia é mostrar Singapura como um polo industrial global, formar parcerias e acelerar processos.
Para apresentar oportunidades na Malásia, o cônsul comercial do país em São Paulo Edison Choong Wan Sern lembrou que sua economia avançou 4% em 2016, 5,6% em 2017 e a projeção de alta é de 5% a 6% este ano, segundo o Banco Mundial e o banco central local. Além disso, a Malásia aparece como 6º país mais competitivo do mundo, com interesse na venda e parcerias envolvendo equipamentos médicos e processos de importação e exportação.
Da Tailândia, o ministro conselheiro da embaixada Sorasak Samonkraisorakit falou da conexão do país com o Brasil e como seu mercado pode funcionar como uma rede empresarial de facilidades para pelo menos dez países da região. Finalmente, o gerente de projetos sênior da embaixada da Tailândia no Brasil, Dario Chemerinski, falou como a América Latina pode se beneficiar de futuros acordos com o país.