Rumen Radev, candidato apoiado pelos socialistas e favorável à Rússia, venceu as eleições presidenciais de domingo (13) na Bulgária com 59,35% dos votos, segundo resultados oficiais comunicados pela comissão eleitoral. A candidata do primeiro-ministro Boiko Borisov e seu partido conservador Gerb, Tsetska Tsatcheva, obteve 36,17%, depois de apurados 99,33% dos votos. Radev, ex-piloto e chefe da Aeronáutica, se declarou no domingo favorável a “um bom diálogo cm os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia”.
Borisov anunciou no domingo sua demissão após derrota de sua candidata. A Bulgária é uma república parlamentar, por isso tem um presidente com funções protocolares.Três institutos de pesquisa deram a esse ex-chefe da Força Aérea, de 53 anos, entre 58,1% e 58,5% dos votos contra 35,25% e 35,7% da presidente do Parlamento, que conta com o apoio do primeiro-ministro conservador Boiko Borisov. No poder desde 2014 e com mandato previsto para acabar em 2018, o primeiro-ministro cumpriu sua promessa feita ao longo de campanha e disse hoje que vai entregar o cargo, após a derrota de sua candidata. “Apresentarei minha renúncia amanhã ou no dia seguinte.
Os resultados mostram claramente que a coalizão do governo perdeu a maioria”, disse Borisov aos jornalistas.No primeiro turno, em 6 de novembro passado, o general Radev, um novato na política, surpreendeu ao superar em três pontos a presidente do Parlamento, criticada por sua falta de carisma. Radev defende neutralidade – Durante a campanha, os dois candidatos divergiram sobre a relação bilateral com a Rússia, de quem a Bulgária depende – quase que completamente – no âmbito energético. O candidato socialista se mostrou favorável a uma suspensão das sanções europeias contra a Rússia e declarou que “a Crimeia (península ucraniana anexada por Moscou em 2014) é russa”.
Já Tsatcheva prometeu “preservar a orientação europeia e euroatlântica” da Bulgária. Além disso, seu partido brandiu o fantasma de um retorno ao “totalitarismo comunista”, alegando que poderia “provocar o corte dos fundos europeus”. Diante desses ataques, Radev defendeu sua neutralidade, lembrou que “é um general da Otan formado nos Estados Unidos” e garantiu que “o pertencimento à UE e à Otan não tem alternativa”.
Borisov, que dirige um governo minoritário, perdeu parte de sua popularidade nos últimos tempos, devido às difíceis reformas realizadas em um país marcado pela corrupção e pela ineficácia dos serviços públicos. Continua sendo favorito, porém, no caso de eleições antecipadas.
(Com informações da AFP)