Triunfo de Uhuru Kenyatta motivou uma onda de manifestações no país, 20 morrem em protestos
A comissão eleitoral do Quênia confirmou nesta segunda-feira (30) a vitória do presidente Uhuru Kenyatta nas eleições da última quinta (26), que foram boicotadas pela oposição. Segundo o órgão, o mandatário teve 7,5 milhões de votos, cerca de 98% do total – a afluência às urnas foi de 38,84%. O pleito foi uma repetição daquele realizado em 8 de agosto, quando Kenyatta derrotara o opositor Raila Odinga por um placar de 54% a 44%.
No entanto, a primeira votação acabou anulada pela Suprema Corte do Quênia, após irregularidades na transmissão dos resultados. As eleições foram remarcadas para 26 de outubro, mas a oposição liderada por Odinga se retirou da disputa denunciando “fraudes” por parte do governo.
Em seu primeiro pronunciamento após a vitória, Kenyatta fez um apelo à paz e à calma, mas reconheceu que seus adversários tentarão anular o pleito mais uma vez – em agosto, o triunfo do presidente motivou uma onda de manifestações que terminou com mais de 20 mortos.
Em 2013, Odinga já tentara acionar a Justiça para reverter sua primeira derrota para Kenyatta (50,5% a 43,7%), mas sem sucesso. O presidente do Quênia é o primeiro chefe de Estado a depor no Tribunal Penal Internacional de Haia (TPI) no exercício do mandato, no processo em que era suspeito de ter organizado bandos armados da etnia Kikuyu contra seus adversários nas eleições de 2007, quando o candidato apoiado por ele, Mwai Kibaki, derrotou Odinga.
O resultado deflagrou violentos confrontos por todo o país, totalizando pelo menos 1,5 mil mortos e 600 mil pessoas desalojadas. O caso contra Kenyatta no TPI foi arquivado por falta de provas. Com informações da Ansa.