Gabrielli Menezes
Desde o início do outono, os produtores de Minas Gerais estão sentindo a demanda subir. Quando as temperaturas abaixam, a produção de leite cai e, em contrapartida, a vontade das pessoas de comer um queijinho sempre aumenta.
Há outros quesitos, no entanto, que fazem alguns exemplares de Alagoa chegar a registrar fila de espera de até 30 dias: a divulgação na internet e o acúmulo de títulos. “Com as premiações, o interesse do público só cresce”, afirma o empreendedor Osvaldo Martins de Barros Filho.
Bisneto de tropeiro que transportava queijos embrulhados em folhas de bananeira e balaios de bambu no lombo de burros, ele criou em 2009 o e-commerce Queijo D’Alagoa – MG para ajudar as famílias artesãs da pequena cidade a escoar a produção sob uma remuneração justa. De legado centenário, os queijos do município eram conhecidos como ‘parmesão brasileiro’ e tiveram a sua denominação de origem reconhecida pelo estado de Minas Gerais em 2020 graças ao trabalho de incentivo de Oswaldo, que inclui a valorização do produtor — cuja foto às vezes vai parar no rótulo — e a inscrição em competições. Ganhar medalhas em concursos, sejam eles regionais ou mundiais, agrega valor e, com a ajuda das mídias sociais, o produto se tornar um objeto de desejo. “Nos primeiros meses da empresa, vendi só três peças de queijo”. Mas o cenário mudou”, diz Osvaldo Filho.
As entregas, feitas para todo o Brasil, segundo ele, são tanto para pessoas físicas quando jurídicas. “Temos clientes de Tefé, no Amazonas, a Beto Gonçalves, no Rio Grande do Sul”, afirma. Na fila da queijaria estão os produtos mais procurados. Vencedor de uma medalha de ouro e do troféu Super Ouro no XI Festival do Queijo e do Azeite, promovido pela prefeitura de Alagoa em junho, o queijo Alagoa Grande está chegando às mãos da freguesia após 25 dias do pedido. A peça de cinco quilos, que tem casca amarelada e massa macia, untuosa e levemente picante, é obra de Rogério Siqueira, produtor rural que também conquistou o primeiro lugar no Concurso O Melhor Queijo de Alagoa em 2015 e 2016.
Pelo queijo do “Sô” Batistinha, o primeiro parceiro da empresa, a espera é um pouquinho menor: 20 dias. Batista Mendes Pinto e o filho Rafael fazem sete peças de 600 a 800 gramas em 24 horas. Para cada quilo produzido do queijo que carrega medalhas de bronze em competições nacionais, usa-se de 10 a 12 litros de leite.
O mais concorrido é o Alagoa Pequeno, que demora 30 dias. Premiado com a prata no Mundial du Fromage, na França, o exemplar de Dona Dirce e dos filhos, Caik e Luan, é produzido a partir de leite cru, assim como os outros citados na matéria. O sabor suave, com aromas de ervas frescas, harmoniza com café, doce de leite, tomate seco e mais. O processo de maturação e finalização de todos os queijos é responsabilidade da empresa Queijo d’Alagoa – MG.
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