Israel é um dos 47 Estados membros da OIV-International Organisation of Vine and Wine. A indústria do vinho tem testemunhado seu significativo crescimento nas últimas décadas, hoje com 250 vinícolas. Sua área de vinhedos plantadas é de aproximadamente 6 mil de hectares (em 2016) e 80% de sua produção de vinhos é consumida em Israel mesmo.
E o que o Barão de Rothschild tem a ver com o vinho de Israel?
Tudo!
Vou lhes contar: Abraham Edmond Benjamin James de Rothschild, nascido em 1845 era conhecido pelo nome judaico Edmond Binyamin. Em seu objetivo de estabelecer uma pátria judaica, ajudou a promover a industrialização e o desenvolvimento econômico, fundando em 1882 a vinícola Carmel na cidade de Zichron Yaacov e anos mais tarde comprou cerca de 50 mil hectares de terras para investimentos agrícolas, voltados para a vitivinicultura, gerando muitos empregos e crescendo a economia. Edmond Binyamin ficou conhecido como benfeitor da comunidade judaica. Seus feitos: além de ter fundado a Carmel Wine Company, ajudou na construção da cidade de Rishon LeZion e ainda construiu fábrica de vidro para engarrafar seus vinhos. Em sua homenagem, teve o rosto estampado em moedas e notas israelense, teve seu nome dado a cidade (Binyamina), a ruas, parques, estação ferroviária e até a shopping. Morreu na França em 1934 e em 1954, seus restos mortais foram tranferidos para Zichron Yaacov em Israel.
Isso é o histórico do investimento na vitivinícola isaraelense na era moderna e contemporânea, porque há muitas referências do cultivo da vinha e produção de vinho na Torá (primeiros cinco livros da Bíblia hebraica, chamada pelos cristãos de Antigo Testamento). Em 1972 aconteceu o que conhecemos no mundo vitivinícola da “revolução israelense” quando foi atestado que a qualidade do solo e do clima seriam adequados para a produção de uvas de qualidade. Produzindo boa uva, seguramente, produziriam bons vinhos. E assim se revelou!
Hoje, Israel produz pouco vinhos de alta qualidade e caprichosamente bem elaborados por profissionais qualificados com alto nível de conhecimento em vitivinicultura. No geral, o país apresenta terroir com grande variedade de micro-climas de altíssima variação de temperatura entre dia/noite, muito sol no verão, neve no inverno e, ainda, solo com boa drenagem. Destaque para o deserto do Negev, quando no verão a temperatura chega a 45°C. Daí, entra a tecnologia: nessa e em outras regiões, os vinhedos são irrigados com tecnologia avancada, usando sensores de umidade que fornecem continuamente informações aos produtores sobre a umidade das folhas, das raízes e a temperatura do solo.
Das 250 vinícolas no país, destacamos as duas maiores vinícolas que são do grupo Carmel Wines (a de Zichron Yaacov e outra em Rishon Le-Zion). Juntas têm cerca de 1.400 hectares de vinhedo com produção de 15 milhões de garrafas/ano. Seus parreirais que “fizeram florescer o deserto” vão da Alta Galileia, ao norte, até o Deserto do Nege, ao sul.
Israel é líder mundial em tecnologia agrícola, contribuindo para a produção de uvas de excelência e seus vinhos, além de concorrer no ranking mundial com os excelentes vinhos europeus, estão no panorama internacional dos grandes vinhos do mundo. Seus produtores investem, pesquisam, têm criatividade e conhecem o mercado internacional.
E viva o vinho de Israel!
Boa tarde!! Orgulho desse país que conheci tao bem!! Amei os vinhos Israelenses.Amo Israel por ver como vivem e se desenvolvem em pleno deserto!!
Em outubro de 2018 estive, por dez dias em Israel e só tomei vinhos produzidos lá! Muito bons! Pena tomar conhecimento destes dados só agora! Teria prestado mais atenção e fotografado todos os rótulos!
Vinho também é cultura.
Parabéns, Rachel. 👏👏👏
Mestra Rachel, gratidão pela partilha de seus saberes!!
Mestra Rachel, o texto é muito rico e esclarecedor o que demora uma intensa pesquisa e elaboracao.
Assim, retribuo o carinho, agradecendo pela partilhar.
E viva o vinho, o povo, a cultura de Israel!!!
Israel,um país do Oriente Médio às margens do Mar Mediterrâneo,e considerado o berço da produção de vinhos.Na década de 80,com o plantio de variedades nobres de uvas em locais mais frascos.
No caso cale muito experimentar o Cartel Grand Vin 2009 (Domaine Eu Castel) para quem gosta o Merlot.