Moção apresentada pelo conservador Partido Popular foi derrotada por 115 contra 103 votos. País, que terá eleição geral em outubro, enfrenta onda de greves no setor público
Por Reuters
O governo socialista minoritário do primeiro-ministro de Portugal, António Costa, sobreviveu nesta quarta-feira (20) a um voto de desconfiança convocado pela oposição devido a uma onda recente de greves no setor público no país.
A moção, apresentada pelo conservador Partido Popular (CDS-PP) na semana passada e vista amplamente como simbólica uma vez que os socialistas são apoiados no Parlamento pelo Partido Comunista Português e pelo Bloco de Esquerda, foi rejeitada por 115 contra 103 votos na Casa de 230 assentos.
Portugal, que passará por uma eleição geral em outubro, tem visto diversas greves no setor público e protestos nos últimos meses, desde enfermeiras lutando por salários melhores, até bombeiros e policiais protestando contra financiamentos inadequados.
Os socialistas aparecem bem à frente de outros partidos em pesquisas de opinião, embora ainda distantes de uma maioria parlamentar. “As greves revelam um governo incapaz de manter a paz social”, disse a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, ao Parlamento antes da votação. O CDS-PP fez parte do governo anterior de centro-direita, cuja penoso esforço de austeridade durante o resgate financeiro vivido por Portugal de 2011 a 2014 causou amplos conflitos.
Defendendo o histórico de seu governo, que inclui redução de impostos e aumentos de salário e aposentadoria, Costa disse que a votação “apenas mostrou que a direita ainda é uma minoria” em Portugal.