Jornal do Brasil
JEFFREY HELLER E MAAYAN LUBELL
JERUSALÉM (Reuters) – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu nesta quarta-feira um caminho aberta para a reeleição, com partidos religiosos de direita certamente garantindo-lhe uma maioria parlamentar, apesar de uma disputa acirrada com um ex-general de centro, mostraram os resultados oficiais da eleição.
Com mais de 97 por cento dos votos apurados, o partido conservador Likud, de Netanyahu, estava a caminho de obter apoio suficiente para controlar 65 dos 120 assentos do Knesset e ser nomeado para dirigir o próximo governo de coalizão, que representaria um quinto mandato recorde para Netanyahu como primeiro-ministro.
A acirrada disputa eleitoral foi amplamente vista em Israel como um referendo sobre o caráter e o governo de Netanyahu, que enfrenta alegações de corrupção. Ele enfrenta uma possível acusação em três casos de propina, e nega ter cometido irregularidades em todos eles.
Apesar disso, Netanyahu ganhou quatro assentos em relação ao atual governo de coalizão, de acordo com uma planilha publicada pelo Comitê Eleitoral Central com os partidos que conquistaram votos suficientes para entrar no próximo parlamento.
“É uma noite de vitória colossal”, disse Netanyahu, de 69 anos, em um discurso tarde da noite na sede do Likud após a votação de terça-feira, sob gritos da multidão de apoiadores e o barulho de fogos de artifício.
Os principais índices da bolsa de valores de Tel Aviv abriram em alta de 0,5 por cento nesta quarta-feira, mostrando confiança em um primeiro-ministro cujo governo fez a economia funcionar e enfrentou os desafios de segurança.
O principal desafiante, o ex-general Benny Gantz, do recém-criado partido Azul e Branco, conseguiu empatar com o Likud com 35 cadeiras. No entanto, a menos que consiga reverter promessas de campanha de outros partidos que declararam apoio a Netanyahu, Gantz parece destinado a liderar uma oposição parlamentar de centro-esquerda.
“Os céus podem parecer nublados… mas eles não podem esconder o sol de esperança que trouxemos ao povo e à sociedade de Israel”, escreveu Gantz, de 59 anos, em uma carta aberta a seus partidários.
Caso Netanyahu de fato retenha o poder, ele se tornará o primeiro-ministro israelense mais longevo em julho, ultrapassando o fundador do país, David Ben-Gurion. No entanto, isso pode não ocorrer se acusações criminais forem apresentadas, forçando sua remoção.
(Reportagem adicional de Rami Ayyub, em Rosh Ha’ayin; Ron Bousso e Rawan Sheikh Ahmad, em Haifa; Rahaf Ruby, Stephen Farrell, Dan Williams e Maayan Lubell, em Jerusalém)