Rachel Verano
Esta semana começou animada em Portugal. Com o anúncio da reabertura das fronteiras e do fim das restrições à livre circulação de passageiros vindos de dezenas de países, o resultado foi sentido de imediato: logo na segunda-feira (17 de maio), o primeiro dia, o fluxo de viajantes já batia recordes. Apenas o aeroporto de Faro, no Algarve, um dos mais concorridos destinos de férias de verão, esperava um fluxo de até 7 mil passageiros em menos de 24 horas. Mais: o embarque e desembarque de passageiros de navios de cruzeiros, proibido desde março de 2020, finalmente foi liberado.
A medida foi uma injeção de ânimo no turismo, extremamente afetado desde que as fronteiras haviam sido fechadas, no início deste ano. Hoteleiros do Algarve comemoram uma taxa de ocupação já bem semelhante a 2019, antes da pandemia começar. A partir de agora, viajantes da maioria dos países europeus, do Reino Unido e de mais uma série de nações (entre elas Austrália, Nova Zelândia, China, Singapura e Tailândia, entre outras) podem entrar e viajar livremente, sem qualquer necessidade de quarentena – basta apresentar o PCR negativo feito nas 72 horas antes do embarque. Portugal deu a largada rumo às tão sonhadas férias de verão (com um pouquinho de antecedência, é verdade) antes mesmo do anúncio conjunto da União Europeia, previsto para meados desta semana.
A regra para entrar na lista verde portuguesa são claras: só têm acesso liberado países com taxa de incidência de 500 casos para cada 100 mil habitantes, ao longo dos 14 dias anteriores. Isso de cara deixou de fora da primeira leva cinco países da União Europeia (Chipre, Croácia, Lituânia, Holanda e Suécia). Também há outras exceções: países com riscos de variantes do coronavírus estão completamente banidos – é o caso do Brasil, da África do Sul e da Índia, por exemplo, países para os quais não há qualquer previsão de retomada dos voos para fins de turismo.
Embora o tráfego aéreo com o Brasil tenha sido retomado nas últimas semanas, só estão autorizados de entrar no país viajantes que se encaixem nas demandas de urgência (trabalho, estudo, reagrupamento familiar ou razões de ordem humanitária), com a devida comprovação e quarentena exigida por 14 dias depois do desembarque. O tão sonhado verão europeu, ao que tudo indica, não deve dar o ar da graça para brasileiros tão cedo.