O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, deve convocar novas eleições para janeiro, depois de o Conselho de Estado – órgão consultivo ligado à chefia de Estado – ter aprovado sua proposta de dissolução do Parlamento feita na semana passada, após a coalizão do primeiro-ministro Antonio Costa não ter conseguido aprovar o Orçamento do ano que vem. “O Conselho de Estado deu parecer favorável à dissolução do Parlamento”, disse a presidência portuguesa em nota. “É fundamental escutá-los.”
A derrota da chamada “Geringonça”, coalizão de partidos de esquerda que governa o país, na discussão sobre o Orçamento lançou Portugal numa crise política nas últimas semanas. Rebelo de Sousa tentou negociar com os partidos do Parlamento uma solução. a votação do Orçamento, o Bloco de Esquerda e os comunistas se opuseram à proposta do Partido Socialista – o maior da coalizão.
O anúncio da dissolução do governo e da data das novas eleições ocorrerá na noite de quinta-feira (04). Segundo o diário “Público”, de Lisboa, a nova votação deve ocorrer em 30 de janeiro. Há, no entanto, certo mistério sobre a data exata da votação, já que os partidos de oposição, como o PSD, pretendiam organizar no fim do ano eleições primárias para resolver disputas internas.
Rebelo de Sousa garantiu que anunciará uma data “razoável” para o processo, ainda que não leve em conta as necessidades de cada partido. Outro dia cogitado pela imprensa portuguesa para a votação é o 16 de janeiro. “Prefiro ser criticado por fazer algo do que por ser omisso”, disse o presidente na terça-feira, 2.
No bloco governista, o Partido Socialista advoga por uma eleição rápida. Seus parceiros de coalizão ainda tentavam um acordo para o Orçamento, mas, com o fim do prazo dado por Rebelo na semana passada, isso acabou não ocorrendo. Líderes do Bloco e do PCP dizem nos bastidores que os Socialistas querem a antecipação das eleições para aumentar seu capital político. Apesar da possível antecipação das eleições, o governo de Antonio Costa segue funcionando e não tem intenções de renunciar. (Com agências internacionais)