Três pessoas ficaram feridas. Autor do ataque foi preso e está sendo investigado por tentativa de homicídio.
Por France Presse
A polícia antiterrorista britânica investiga um ataque com faca na véspera de Ano Novo na estação de trem Victoria na cidade de Manchester, na Inglaterra. Na ação, o suspeito teria gritado o nome de “Alá”.
“Nós tratamos o caso como uma investigação terrorista realizada pela polícia antiterrorista com o apoio da polícia de Manchester”, informou o chefe da polícia local, Ian Hopkins, em entrevista coletiva.
“Nosso trabalho continua tentando entender exatamente o que aconteceu”, acrescentou.
A polícia de Manchester informou que o suspeito foi “examinado pelo pessoal médico especializado e está detido em virtude do Mental Health Act”, a lei britânica sobre saúde mental.
O agressor, de 25 anos e cuja identidade não foi revelada, está detido por suspeita de tentativa de homicídio. A polícia revistou um apartamento no bairro de Cheetham Hill, onde ele morou recentemente. Um homem e uma mulher de 50 anos, além de um policial, ficaram feridos após o episódio.
Como foi o ataque
De acordo com Sam Clack, 38 anos e produtor da rádio BBC que testemunhou os eventos, o suspeito gritou “Alá” antes e durante o ataque. “Enquanto continuarem bombardeando outros países, essas merdas continuarão a acontecer”, teria dito o suposto agressor, segundo a mesma testemunha.
O suspeito foi preso por tentativa de homicídio, informou a polícia de Manchester em um comunicado. “Eu ouvi um grito que me gelou o sangue e eu olhei para a plataforma. Ele veio em minha direção. Eu olhei para baixo e vi que tinha uma faca de cozinha com uma alça preta e com uns 30 centímetros. Senti medo, puro medo”, disse Sam Clack, uma das testemunhas.
De acordo com a testemunha, a polícia usou uma arma de choque e spray de pimenta antes de seis ou sete agentes pularem sobre o homem. Clack disse que ouviu o suposto agressor gritando “Alá” durante o ataque. “Ele gritou antes, e gritou durante o ataque”.
Outra testemunha identificada como Rebekka disse ao jornal Daily Mirror: “Eu ouvi o grito mais arrepiante que já ouvi e, quando me virei, vi todo mundo correndo na minha direção”.
“Comecei a correr nos trilhos do trem e me escondi atrás de blocos de concreto. Eu estava realmente com medo, não sabia se ia morrer.”
Investigação
A polícia descreveu inicialmente o ataque como um “incidente crítico”. O policial Rob Potts disse que a polícia antiterrorista está conduzindo a investigação.
“Os acontecimentos desta noite preocupam as pessoas, algo compreensível, mas tenho que enfatizar que o incidente não está em andamento, há um homem sob custódia e no momento não há informações de outras ameaças”, afirmou.
“Embora ainda não saibamos todas as circunstâncias, estamos com a mente aberta, e os agentes da polícia antiterrorista realizam a investigação. Temos toda a experiência de que precisamos e avançaremos em nossa investigação o mais rápido que pudermos”, acrescentou.
Apesar do incidente, as comemorações do Ano Novo foram realizadas normalmente na Praça Albert, em Manchester, com a exibição de fogos de artifício. As medidas de segurança foram reforçadas.
Manchester foi palco de uma explosão que matou 22 pessoas e deixou mais de 130 feridas em maio de 2017, em um show da cantora americana Ariana Grande no Manchester Arena.