O Partido Popular da Áustria venceu, neste domingo (29), as eleições para o novo Parlamento. As primeiras pesquisas de boca de urna apontam que a sigla do ex-chanceler Sebastian Kurz obteve 37% dos votos, um ganho de 5,7 pontos percentuais em relação a 2017, segundo o jornal “Wiener Zeitung”.
Já o Partido da Liberdade da Áustria, outra metade da coalizão que foi derrubada em maio, deve conseguir apenas 16% dos votos. Há dois anos, a sigla obteve 26% dos votos. O resultado menor sinaliza uma possível “punição” ao antigo líder do partido, Heinz-Christian Strache. Em maio, foi divulgado um vídeo em que Strache, que era também vice-chanceler, prometia contratos governamentais a um suposto investidor russo próximo de Vladimir Putin.
Strache renunciou aos cargos e o então chanceler, Sebastian Kurz, dissolveu a coalizão. Dias depois, Kurz foi retirado do poder por um voto de desconfiança do Parlamento. Mesmo assim, já era o favorito para sair vitorioso neste domingo (29).
O Social-Democrata, de centro-esquerda, tem projeção de receber 22,5% dos votos – o pior resultado desde a Segunda Guerra Mundial.
Verdes voltam ao Parlamento
Com a expectativa de receber 13% dos votos, os Verdes voltam ao Parlamento austríaco. Em 2017, o partido recebeu apenas 3,8% dos votos e teve que se despedir da política nacional pela primeira vez em décadas, segundo o “Wiener Zeitung”. O resultado deste domingo (29) aponta que a sigla ultrapassou o recorde anterior de votação, de 2013 (quando obteve 12,4% dos votos).
Os Neos, pró-negócios, devem conseguir cerca de 8% dos votos.
Já o Liste Jetzt, fundado por um ex-membro dos Verdes, não voltará ao Parlamento – recebeu apenas cerca de 2% dos votos – menos dos que os obtidos em 2017, 4,4%, que os colocaram no cenário nacional.
Possíveis coalizões
Se voltar de fato ao cargo, Kurz terá que escolher se seu Partido Popular, conservador, formará uma nova coalizão com o Partido da Liberdade – hoje liderado por Norbert Hofer – ou se vai se unir aos Social-Democratas, de centro-esquerda.
Segundo as primeiras bocas de urna, uma coalizão entre o Popular e os Verdes também seria possível, trazendo uma maioria apertada. Outra união que pode acontecer é entre o Popular, os Verdes e os Neos.