Objetivo é pressionar governo brasileiro a extraditar o italiano
O partido ultraconservador Irmãos da Itália (FDI) fará um ato nesta segunda-feira (9), em frente ao Consulado-Geral do Brasil em Milão, para exigir a extradição de Cesare Battisti. A manifestação ocorrerá por volta de 17h (horário local) e tem como objetivo aumentar a pressão sobre o governo italiano. Também nesta segunda, o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi voltou a se manifestar sobre o assunto e afirmou que Battisti não é um “herói romântico nem um refugiado político”, mas sim um “assassino atroz e implacável”.
“Tantos professores ruins, espécies de uma certa esquerda, ajudaram a criar mitos”, escreveu o ex-premier, líder do centro-esquerdista Partido Democrata (PD), maior legenda do país, em seu Facebook. Foi sob o governo Renzi que a Itália voltou à carga para fazer o Brasil extraditar Battisti, mas apenas depois da queda de Dilma Rousseff e da ascensão de Michel Temer – durante seu período no Palácio Chigi, o ex-primeiro-ministro nunca abordou o caso de maneira tão incisiva.
“O modo com o qual, há alguns dias, ele brindava com uma cerveja e olhar irônico é provocador e insuportável. Devemos fazer o maior esforço possível neste dias, sob a presidência Temer, para ele ser restituído”, acrescentou Renzi, referindo-se aos relatos da imprensa brasileira de que Battisti levantou um copo de cerveja na direção de fotógrafos após ser libertado.
Preso na última quarta-feira (4), em Corumbá (MS), sob acusação de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, o italiano foi solto dois dias depois e retornou para São Paulo. Antes de sair da cadeia, Battisti teria fornecido à Justiça um endereço em São José do Rio Preto que, segundo o jornal local “Diário da Região”, não existe. Além disso, o site “O Antagonista” informou que o italiano está em Cananéia, a mais de 600 quilômetros de Rio Preto.
Battisti foi pego tentando entrar na Bolívia com o equivalente a mais de R$ 20 mil em moeda estrangeira, no momento em que o Brasil estuda o novo pedido da Itália para extraditá-lo. Sua defesa entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para barrar uma eventual expulsão, mas o pedido ainda não foi julgado e segue na mesa do ministro relator Luiz Fux. Com informações da Ansa.