Eduardo Lesina/ Jornal do Comércio
No último mês, diversos protestos, iniciados pela alta do preço nos metrôs, se tornaram uma reivindicação generalizada sobre a situação atual do Chile. As manifestações, que completaram três semanas seguidas, reforçaram os pedidos de mudança para o governo chileno.
Mesmo ostentando o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América do Sul e boa estabilidade econômica, o embaixador chileno no Brasil, Fernando Schmidt, analisa a situação: “O Chile é um país bem sucedido. Conseguimos conquistar um sistema econômico que trouxe estabilidade, queda na desigualdade e maior qualidade de vida. Entretanto, as demandas sociais cresceram correspondente a este sucesso”. Entre as reivindicações da população estão a queda nos preços de energia, transporte e medicamentos, além de um sistema previdenciário mais digno.
O presidente do Chile, Sebástian Piñera, promoveu uma renovação ministerial, como forma de gerar uma “flexibilidade geracional”, conforme Schmidt, mas que não trouxe resultado imediato. Para o embaixador, a população do Chile está passando por um momento de falta de crença nas instituições, como o estado, a polícia e as religiões, mas acredita na retomada da confiança pelos civis: “A normalidade do país já está voltando devagar, mas está voltando”. Segundo Schmidt, os gastos com a reconstrução do Chile podem ultrapassar US$ 3 bilhões – quase um terço do custo total para a reconstrução chilena após o terremoto de 2010, que demandou recursos de R$ 10 bilhões.
O embaixador chileno Fernando Schmidt esteve, nesta quarta-feira (6), no Jornal do Comércio, no Recife, acompanhado do cônsul-geral do Chile em Porto Alegre, Mario Arriagada, e do assessor Günther Staub. Foram recebidos pelo diretor-presidente do JC, Mércio Tumelero. No próximo dia 13, eles retornam a Porto Alegre para o Centro de Eventos da Fiergs para encontro bilateral de aproximação entre Brasil e Chile.