Evento organizado embaixatriz da Áustria fez parte das comemorações do mês das mulheres
“Encontro com Clotilde Chaparro” foi o nome do evento provido, no dia 21, na sede da embaixada da Áustria. A escritora fez uma apresentação especial do seu livro Duzinda para embaixatrizes, integrantes da Associação das Mulheres que Amam Brasília (AMABrasília), entre outras senhoras. Clotilde Chaparro falou sobre sua obra que se tornou um best-seller com mais de 30.000 exemplares vendidos e traduzido para o inglês e para o espanhol. A anfitriã, embaixatriz Angelika Shcholz falou da admiração e carinho que tem pela escritora
Clotilde conta que desde nova foi incentivada pelo pai a escrever. “Quando pequena, ele me dizia que eu tinha jeito, tinha talento. Eu fazia rabiscos, coisas pequenas. A vida passou e só tive a oportunidade de me reconectar com a escrita depois de aposentada, quando o fiz de vez”, afirmou.
Seus escritos também encontram a realidade em narrativas como em “Duzinda”, seu romance mais famoso. A história é baseada numa mistura de relatos que a autora ouvia, a respeito de uma vítima de violência doméstica, com casos de mulheres que ela conheceu ao longo da vida. “É real. Havia uma moça que passou por esta história na década de 1930, em meu bairro (Tatuapé, em São Paulo). Dez anos depois, as histórias de seu sofrimento ainda ecoavam pelas ruas”, conta.
Duzinda, a personagem, vê que, se ela aceitar sua situação, vai acabar “sucumbindo”. Em meados das décadas de 30 e 40, num bairro classe média da cidade de São Paulo, ela vive uma vida de violência psicológica e abusos que sofre do marido e da família dela e dele, os quais lhe tiram aos poucos a dignidade. Apesar da moça ter vivido há tanto tempo, as pessoas que conviveram com ela ainda se lembram de tudo.
A embaixatriz Angelika Shcholz contou que leu o livro, o primeiro em português, e se comoveu com a história da mulher que sofreu reveses e sofrimentos em sua vida conjugal, familiar e social, baseada em fatos reais. Surgiu assim, segundo ela, que surgiu a ideia de expor o tema no mês da mulher com a palestra da autora do livro.
Em agosto, a Lei Maria da Penha completa uma década. “A violência também vem da autoestima baixa da vítima, que não acredita nem percebe estar passando pela situação de vulnerabilidade”, Clotilde comenta