Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo inaugura nesta quarta-feira (16) o Centro de Estudos Palestinos, que irá ampliar pesquisas e discussões sobre questões palestinas.
A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) vai inaugurar na próxima quarta-feira (16) o Centro de Estudos Palestinos (CEPal), que promoverá pesquisas, palestras e discussões, entre outras atividades, sobre a Palestina. A primeira atividade pública do CEPal está agendada para 26, 27 e 28 de novembro, e será um seminário sobre o atual conflito e suas consequências na região.
De acordo com a diretora do CEPal e professora de História Árabe do Departamento de Letras Orientais da FFLCH, Arlene Clemesha, alguns dos motivos que levaram à criação do centro de estudos foram o crescimento da quantidade de pesquisas dentro da FFLCH que têm a Palestina como foco e a necessidade de se debater e buscar soluções para o fim do atual conflito na Faixa de Gaza.
“Existe um histórico de pesquisas importante se consolidando, se percebe que há um campo de pesquisas, que há um campo de estudos em si. Não é só parte da história contemporânea ou parte da história árabe. Ele constitui por sua complexidade, por sua urgência, por sua importância um campo de pesquisas por si só”, afirmou Clemesha à ANBA.
Inauguração terá representante da Palestina
A professora disse também que a criação do CEPal é importante para que os debates sobre a questão palestina sejam fundamentados em estudos e pesquisas para que se diferenciem do senso comum. A FFLCH e a USP perceberam esta necessidade e, por isso, decidiram pela sua criação.
“A decisão de criar o centro ocorreu a partir de debates dentro da Congregação da FFLCH, que se mostrou muito preocupada com o genocídio em curso, preocupada em que a USP, a academia, a FFLHC tomasse uma postura muito clara não só de condenação, mas também [discutir] por que condenar, o que se pensa sobre isso, qual que é a análise que se faz sobre isso”, afirma Clemesha.
O CEPal já conta com duas monitoras e já tem seu primeiro seminário marcado, que tratará do atual conflito, suas consequências e discutirá alternativas para que seja interrompido. Suas atividades, contudo, serão mais amplas. Segundo Clemesha, serão realizados cursos anuais, presenciais e à distância, com professores convidados, inclusive de fora do País, com o objetivo de elevar o debate no Brasil. “O nosso debate vai ser parte do debate mundial”, afirmou a professora.
O CEPal já tem parceria com Institute for Palestines Studies, com sede em Beirute, no Líbano, e terá outras parcerias com instituições internacionais. Terá, em sua programação, a colaboração de pesquisadores palestinos e poderá traduzir para o português documentos raros. “É realmente uma iniciativa de fomento aos estudos palestinos”, diz.
A cerimônia de inauguração está marcada para a próxima quarta-feira (16). Dela participarão pesquisadores, professores e ex-ministros, além do ex-ministro da Cultura da Palestina e autor do livro “Quero estar acordado quando morrer: diário do genocídio em Gaza” (ed. Elefante), Atef Abu Saif. Ele veio ao Brasil para participar da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e cumprir uma programação de apresentações e debates no País.
Será codiretora do novo centro de estudos, a doutora em Filosofia e professora de Literatura Portuguesa Adma Fadul Muhana. O centro será formado por 11 conselheiros, cada um representante de um departamento da FFLCH.
Serviço:
Centro de Estudos Palestinos (CEPal)
Inauguração: quarta-feira (16), às 17h30
Auditório Nicolau Sevcenko, Avenida Professor Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária, São Paulo – SP. Mais informações aqui.