Com mais de 50 escritórios comerciais em todo o mundo o ProChile é responsável pela promoção da oferta exportável de bens e serviços chilenos, por meio da internacionalização de empresas daquele país, da promoção da imagem, do investimento estrangeiro e do turismo. Com escritório em São Paulo, o ProChile abriu uma segunda base em Belo Horizonte. De acordo com Maria Júlia, o novo escritório vai incentivar a relação comercial do Chile não só com Minas, mas também com Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A palavra de ordem neste período de pandemia, segundo a diretora comercial, é inovação. Estão sendo promovidos eventos virtuais como o e-Roda de Negócios Mulheres Empresariais, do BIG Festival – e o Brazil’s Independent Games Festival. Maria Júlia anuncia que o ProChile abriu sua consulta para definir junto com os exportadores nacionais o calendário das Feiras Internacionais 2021, dando aos empreendedores chilenos a oportunidade de fazer parte das novas tendências do comércio exterior. Vinho, azeite, salmão e produtos orgânicos são os principais produtos comercializados. A exportação de orgânicos do Chile ao Brasil, em 2019, foi da ordem de US$ 2,4 milhões, de acordo com Maria Júlia. Leia agora a entrevista na íntegra.
Embassy – De que forma o ProChile pretende continuar fomentando o mercado exportador com a atual pandemia?
A palavra de ordem neste período de pandemia é inovação. ProChile está reinventando sua maneira de atuação, para continuar fomentando todos os projetos de incentivo aos produtos exportáveis do Chile. Nesta perspectiva, está realizando rodas de negócios virtuais – as chamadas e-Rodas – para seguir incentivando a realização de negócios internacionais e apoiando, especialmente, os pequenos e médios exportadores.
No Brasil, ProChile organizou, em junho, a e-Roda de Negócios Mulheres Empresariais, voltadas para as empresas que comercializam frutas secas e desidratadas e produtos do mar. Foram realizadas mais de 100 reuniões entre as empresas chilenas e brasileiras. Ainda em junho, ProChile incentivou a participação de 30 empresas chilenas desenvolvedoras de videogames para a rodada de negócios virtuais do BIG Festival – Brazil’s Independent Games Festival, o maior do gênero na América Latina. Foi a primeira vez que o país participou oficialmente do evento.
Com a pandemia da Covid19, alguns projetos que já estavam sendo implantados ou aperfeiçoados na esfera digital foram acelerados, para estreitar a relação transfronteiriça, principalmente na área de eCommerce. Foi o caso do Marketplace ChileB2B que já está a todo vapor. Neste espaço, as empresas se encontram virtualmente, trocando informações e realizando negócios. ProChile está atento aos movimentos do mercado em tempos de pandemia e irá continuar atuando para facilitar a realização dos negócios, com o apoio às empresas chilenas exportadoras, garantindo a oferta dos produtos e serviços aos mercados parceiros, como é o Brasil.
Embassy -Com qual objetivo a ProChile Brasil abriu um segundo escritório no Brasil, na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais?
A abertura de representação comercial em Belo Horizonte é uma oportunidade para buscarmos novos nichos e fortalecer nossa presença em setores nos quais também somos protagonistas, como é o caso do setor de serviços. O Chile pode oferecer para as áreas de mineração, aquicultura, agricultura e inovação um alto valor agregado e competitivo, internacionalmente, e Minas Gerais possui atributos muito atraentes para a oferta desses serviços. Estamos muito animados com essa perspectiva, pois Minas Gerais é o segundo maior estado em população e o terceiro PIB do Brasil.
Embassy – Quais os produtos e serviços chilenos que mais atraem o mercado brasileiro?
O Brasil é um parceiro estratégico e confiável do Chile, há mais de duas décadas. Ao longo desses anos, diversos produtos têm atraído o mercado brasileiro, principalmente, pela sua qualidade e constância de exportação.
O vinho chileno, por exemplo, ocupa, há mais de 15 anos o primeiro lugar entre os vinhos importados pelo país. Outro exemplo de sucesso é o salmão. Quase 100% deste pescado fresco consumido no país são de origem chilena. O azeite de oliva extra virgem é outro produto que tem se consolidado no mercado brasileiro e que tem agradado os paladares locais. Este produto chileno ocupa a terceira posição entre os azeites que vêm de fora.
As frutas in natura, como as maçãs, também fazem muito sucesso, assim como as frutas secas, as nozes, as amêndoas, entre outras. Somente em 2019, o Chile exportou US$ 997 milhões em alimentos ao Brasil.
Embassy – O vinho chileno é um produto que vem despertando o interesse dos brasileiros cada vez mais. Como a senhora daria uma rápida visão desse mercado, qual o quadro atual e as novas ações nesse setor?
O Chile, por mais de 15 anos, é o principal provedor de vinhos para o mercado brasileiro. Prochile, juntamente com a marca setorial Wines of Chile, realiza diversas ações com o intuito de apresentar os diferencias da bebida, que tem agradado cada vez mais os apreciadores de vinho no Brasil.
E por trás de todo esse sucesso há um trabalho muito maior que é o cuidado que o Chile tem com a cadeia produtiva do vinho. As características climáticas e de solos, únicas, somadas ao investimento em técnicas de cultivo das uvas, que reduzem impacto ao meio ambiente, asseguram sustentabilidade e qualidade ao produto.
Embassy – O Chile vem investindo muito em produtos orgânicos. Esse mercado está crescendo? Como é a aceitação dos brasileiros?
O Chile é referência mundial na elaboração de produtos orgânicos de alta qualidade e o Brasil é um dos destinos escolhidos pelo Chile para exportar seus produtos, afinal, o setor movimenta US$ 35 bilhões, por ano, no Brasil, que é o quarto maior mercado do mundo no segmento, segundo o Sebrae.
Desde o mês de abril de 2019, passou a vigorar um Acordo de Equivalência entre as normativas de produtos orgânicos do Brasil e do Chile. Isso significa que um produto certificado orgânico no Brasil passa a ser reconhecido como orgânico no Chile, sem necessidade de certificação adicional, e vice-e-versa. Em outras palavras, agora a certificação de um país vale também no outro. A exportação de orgânicos do Chile ao Brasil, em 2019, foi da ordem de US$ 2,4 milhões.
O Chile tem uma oferta diversificada de produtos orgânicos. Entre os produtos elaborados, destacam-se frutas e legumes congelados; conservas, pastas de frutas e legumes; vinho, azeite e frutas e vegetais desidratados. Quanto às frutas orgânicas, o chile oferece mirtilos, maçãs e, em menor grau, kiwis.
Um dos grandes impactados com este acordo é o setor de vitivinícola. O Chile é um grande produtor de vinho orgânico mundial e também já começa a despontar com este produto no Brasil, pois mesmo certificados na origem, os orgânicos, antes do acordo, tinham que passar por um processo de certificação adicional de acordo com a norma de orgânicos brasileira. Agora tudo ficou mais simples.
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