A Argélia é o segundo maior país, em extensão territorial, do continente africano. Fica atrás apenas do Sudão. Lá existem mais de quarenta jornais diários, publicados em francês e árabe. Eles são publicados em quase um milhão e meio de cópias por dia. Possui uma dúzia de canais de televisão privados, além de canais audiovisuais públicos.Esse mês, no dia 1º, aquela nação celebrou mais uma aniversário de independência. A data foi comemorada em Brasília nessa terça-feira(07) com uma festa somente para convidados. Antes, porém, o embaixador Toufik Dahmani concedeu entrevista exclusiva para a revista Embassy Brasília. Nela, o diplomata conta a história de luta pela liberdade, da transformação da capital Argel na “Meca dos Revolucionários” e da influencia dos líderes argelinos sobre revolucionários como Che Guevara, Samora Machel e Yasser Arafat.
Na economia, segundo Toufik, a Argélia liquidou sua dívida, investiu em projetos de infra-estrutura e melhorou seus indicadores de desenvolvimento humano. O diplomata também lembrou que o país tem muitas obras de Niemeyer e acolheu muitos refugiados brasileiros no período militar como ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes. O embaixador fala do interesse de uma empresa argelina em investir no setores de produção e refinação de produtos agrícolas brasileiros. Por fim, descreve as belezas naturais argelinas. Veja a íntegra da entrevista:
Embassy Brasília – Nessa data especial, o que mais a população da Argélia tem a comemorar?
Toufik Dahmani – A Argélia comemora o 63º aniversário do início da Revolução do 1º de novembro de 1954. Essa revolução, que marcou a história humana contemporânea, permitiu ao povo argelino, depois de mais do que sete anos de luta armada feroz, de obter a independência em 05 de julho de 1962. Em 01 de novembro de 1954, este evento histórico, ao preço de 1,5 milhões de mártires, permitiu que um povo desarmado, oprimido e roubado por uma colonização, tão destrutiva como cruel durante mais de 130 anos, de triunfar do terceiro poder mundial da época: a França. Se existe uma revolução que tenha influenciado o movimento dos povos colonizados durante o século XX, foi a revolução argelina. Seja na África ou na Ásia, os povos colonizados e oprimidos consideraram esse movimento como a referência por excelência da luta pela liberdade e dignidade humana. Ela inspirará os povos que aspiravam à recuperação de sua soberania nacional e ao assassinato do sistema colonial racista e criminal. Após a independência da Argélia, a revolução argelina encontrará um Estado e uma política para levar os ideais de novembro de 1954 ao firmamento; e Argel, a capital, transformou-se na “Meca dos revolucionários”. Na África, o modelo argelino foi emulado. Nelson Mandela treinou na Argélia. Os povos da África lusófona não só aplicaram os métodos da revolução argelina no terreno, mas também encontrou na Argélia um país que lutou contra o colonialismo. É, aliás, do líder cabo-verdiano, Amilcar Cabral, que vem a frase: “Argel é a Meca dos revolucionários”. Che Guevara, Samora Machel e Yasser Arafat, entre outros, foram influenciados pelos ideais do 1 de novembro de 1954
Embassy Brasília – Como o senhor descreveria seu país?
País do norte da África limitado pelo mar Mediterrâneo, a Argélia faz fronteira com o Marrocos ao oeste, o Sara Ocidental, a Mauritânia e o Mali ao sudoeste, o Níger ao Sudeste, a Líbia e a Tunísia ao leste. O deserto do Saara representa 84% do seu território que se estende por 2.381.740 km². Terceira maior economia da região do Oriente Médio e da África do Norte (MENA) e locomotiva do Magrebe, a Argélia faz parte de alguns dos poucos países que conseguiram reduzir a pobreza em 20% em 20 anos. O governo argelino realmente tomou medidas significativas para melhorar o bem-estar dos seus cidadãos através da implantação de políticas sociais de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. A Argélia liquidou sua dívida, investiu em projetos de infra-estrutura e melhorou seus indicadores de desenvolvimento humano. O país fez progressos notáveis em cada um dos principais indicadores do desenvolvimento humano. Classificada na 83ª posição, de 188 nações, no último Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD, junta-se à coorte de países com alto nível de desenvolvimento humano. A expectativa de vida no nascimento aumentou 16,6 anos e a duração média da escolaridade foi de 5,8 anos. Com uma taxa líquida de escolaridade escolar primária de 97% em 2015 (e paridade entre meninas e meninos), o país atingiu o objetivo da escolaridade universal – sabendo que também possui uma alta taxa de educação superior. Na frente econômica, apesar do colapso dos preços do petróleo e das condições climáticas desfavoráveis, a Argélia conseguiu manter uma taxa de crescimento de 3,7% em 2016. A Argélia é dividida em 48 wilayas (departamentos) liderados por walis (prefeitos). Cada wilaya é dividida em Dairas, elas mesmas divididas em comunas. Cada wilaya e comuna é dirigida por uma assembléia eleita, designada como a Assembléia Popular de wilaya e a Assembléia Popular Municipal.
Embassy Brasília – Como está a relação da Argélia com o Brasil? Existem muitos acordos bilaterais? O senhor poderia citar alguns?
Embassy Brasília – Quais prioridades da área comercial?
Tanto o Brasil quanto a Argélia possuem enormes potencialidades que estão apenas esperando para serem identificadas e exploradas. Até agora, nosso país ocupa o segundo lugar entre os parceiros do Brasil no mundo árabe e no continente africano. O comércio entre os dois países atingiu US$ 2.684.135,74 em 2016; dos quais US$ 1.063.291.829 de exportações brasileiras para a Argélia (queda de 3,08% em relação a 2015) e US $ 1.620.843.921 de exportações argelinas para o Brasil (19,77%). A balança comercial, portanto, continua a ser favorável para o nosso país. Importamos daqui matéria-primas como açúcar, milho, café, leite em pó, carne vermelha e óleo de soja, além de produtos manufaturados ou semimanufaturados. Os principais produtos argelinos exportados são hidrocarbonetos e seus derivados (nafta, petróleo bruto, propano liquefeito …), bem como fosfato e cimento.
A empresa argelina Cevital planeja investir nos setores de produção e refinação de produtos agrícolas (soja, milho, açúcar, etanol proveniente do milho), construção de linhas ferroviárias e quatro terminais fluviais e portuários. Prevê-se a construção de parques agroindustriais. A Cevital também possui silos de armazenamento de grãos para exportação. Além disso, a Cevital concluiu com a mineradora brasileira Vale a compra de uma usina siderúrgica em Maraba (Pará). Esta fábrica será a primeira na América Latina a produzir trilhos ferroviários. A Cevital garantirá a transferência de tecnologia nesta área. Na Argélia, existem duas principais empresas brasileiras: a Randon (equipamentos automotivos e relacionados) e a construtora Andrade Gutierrez. Deve-se notar que o grande viaduto Trans-Rhumel em Constantine, construído pela empresa brasileira Andrade Gutierrez, foi inaugurado em 2014. As forças econômicas dos dois países, combinadas com a boa vontade política comum, não deixarão de convergir para a abertura de um novo e mais amplo campo de cooperação bilateral. De qualquer forma, as perspectivas de nossas relações bilaterais são promissoras, sabendo que, de ambos os lados, está emergindo uma consciência da necessidade de uma revitalização da nossa cooperação.
Embassy Brasília – Quais são os potenciais produtos e serviços que a Argélia pode oferecer ao Brasil e ao mundo?
A Argélia está envolvida em um movimento progressivo de liberalização que não deixa de atrair investidores estrangeiros. No meio de uma metamorfose econômica, rica em recursos naturais e com mão-de-obra qualificada e barata, oferecendo oportunidades de negócios interessantes em muitos setores. Além dos produtos de hidrocarbonetos, o país possui produtos de boa qualidade e com preços muito competitivos. A Argélia poderia exportar produtos agroalimentares (tâmaras, azeitonas, azeite, frutas e vegetais, sucos de frutas, águas minerais e gaseificadas, gorduras e óleos vegetais, extrato de tomate…), produtos agrícolas (trufas, batatas, tomates, cortiça, sal…), produtos de mineração (fosfato, ferro, mármore, gesso, zinco, cimento, concreto redondo, vidro e vidro plano…), produtos petroquímicos (solventes, nafta, metanol, amônia, fertilizantes, hélio, benzeno, inseticidas…), produtos de vinículas, incluindo vinho, produtos farmacêuticos, embalagens, produtos elétrodomésticos…
Embassy Brasília – A Argélia passou por uma crise social nos anos 50 onde houve um alto índice de anfalbetismo. Como esté hoje a situação do país na área educacional?
Desde sua independência, a Argélia fez um esforço considerável para desenvolver a educação no país. Este setor é uma prioridade nacional e representa o segundo item de despesas do orçamento do estado.O direito à educação está consagrado na constituição do país e materializado pelo acesso democrático, gratuito e obrigatório à educação para todas as crianças, pela nacionalização do conteúdo educacional, pelo acompanhamento pedagógico em todos os níveis, bem como a expansão contínua das capacidades de acolhimento. A Constituição argelina garante o direito à educação para todos.A escola é obrigatória a partir dos seis anos de idade. Antes dos seis anos, as crianças podem ser atendidas pelo setor pré-escolar (creches).Para uma população de 41 milhões, os seguintes números correspondem ao ano escolar 2016-2017: 8 691 006 estudantes, 459 100 professores, 14 427 escolas, livros didáticos com 60,8 milhões de cópias. A Argélia possuiu um índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,745 em 2015, classificando-o primeiro no norte da África. Com esses resultados, é um dos cinco países africanos com um alto nível de desenvolvimento. Com mais de 85% de analfabetos em 1962, a nação registrou uma forte diminuição da taxa de analfabetismo para 12,33% em 2016, graças à estratégia nacional de alfabetização. Esta estratégia foi marcada por intensas atividades destinadas a desenvolver a operação de alfabetização com todos os recursos humanos e materiais. A taxa de analfabetismo na Argélia terá de cair para 12% em 2018. Estava em 22% em 2008, sendo a menor taxa registrada, no mesmo período, em países de terceiro mundo (26%) e em Países árabes (35%). Este feito foi realizado graças aos esforços dos órgãos oficiais e das associações da sociedade civil na luta contra o analfabetismo. Um plano de alfabetização focado, em primeira instancia, em meninas e mulheres, com idade entre 15 e 49 anos. Este programa reduziu ainda mais a parcela do analfabetismo neste segmento da população.
Embassy Brasília – Apesar da legislação da Argélia tentar evitar medidas extremas contra minorias religiosas, incidentes contra pregadores e padres acontecem de vez em quando. Há vídeos na internet de argelinos brutalmente assassinados, devido à opção religiosa. No geral, a pressão sobre os cristãos aumentou em relação ao ano passado, e a Argélia passou da 37ª para a 36ª posição na Lista Mundial da Perseguição em 2017. O que o governo tem feito para proteger essa minoria?
Durante séculos, diversas civilizações passaram pelo país fazendo com que possua um rico e variado patrimônio cultural. Era uma vez uma encruzilhada estratégica e uma terra de escolha para as diferentes civilizações que a conquistaram e, ao mesmo tempo, não deixaram de colocar suas pegadas no território. Ainda hoje, várias cidades argelinas mantêm vestígios das antigas cidades púnicas, numidianas e romanas… Estes numerosos vestígios, ainda perfeitamente preservados hoje, provam que a Argélia tem desempenhado um papel importante na história do Mediterrâneo através de todas as suas facetas, incluindo espiritual: o judaísmo, o cristianismo, o islamismo.Esses fatos históricos explicam a presença ininterrupta de suas três religiões monoteístas presentes na Argélia há séculos. Como isso, permita-me mencionar duas grandes figuras do cristianismo e filhos dignos da Argélia: Santo Agostinho, nascido na atual cidade de Souk Ahras (Argélia) e morreu na atual cidade de Annaba (Argélia). Este grande filósofo e teólogo cristão é um dos quatros pais da Igreja ocidental. O bispo Optat de Milève foi criado em Mila (atual cidade da Argélia). Graças a este bispo foram realizados dois famosos concílios na história da Igreja. Além disso, a basílica Notre-Dame d’Afrique, de Argel, a maior da África do Norte, apelidada de “Madame l’Afrique” ou “Lalla Myriem” pelos argelinos, é um símbolo de mistura cultural e convivência religiosa, desde a sua construção em 1872. Nesta ocasião, convido nossos amigos brasileiros a visitar a Argélia e se dirigir até este grande e belo monumento histórico. Em relação à situação atual, devo lembrar o seguinte: de acordo com o artigo 2.º da Constituição argelina, o islã é “a religião do Estado”. O islã é também a religião predominante da sociedade. No entanto, isso não impede a presença e a livre prática de outros cultos. A própria religião muçulmana garante a liberdade religiosa.
A Constituição, em seu artigo 42, dedica a liberdade de consciência e religião. Afirma que a liberdade de consciência e a liberdade de opinião são invioláveis e que os cidadãos são iguais perante a lei, sem qualquer discriminação por motivos de nascimento, raça, sexo, opinião ou qualquer outra condição ou circunstâncias pessoais ou sociais. Garante expressamente “o livre exercício do culto” e afirma que “o Estado também garante a tolerância e o respeito entre as diferentes religiões”. No entanto, para todas as religiões, incluindo o islã, o livre exercício da adoração é moldado pela lei. Está sujeita ao respeito de ordem pública, boa moral e direitos e liberdades fundamentais de terceiros. Finalmente, gostaria de recordar que até hoje, o meu país aderiu a oito dos nove principais instrumentos de direitos humanos, cinco instrumentos regionais e várias outras convenções sobre direitos humanos. Os instrumentos internacionais ratificados pela Argélia prevalecem sobre a lei, conforme estipulado no artigo 132 da Constituição.
Embassy Brasília – Como vem sendo o trabalho do governo argelino nos organismos internacionais que o país faz parte?
Admitida na ONU em 8 de outubro de 1962, a Argélia tornou-se um jogador muito ativo na cena internacional. É a partir deste período que remontam algumas das constantes que marcaram a nossa política externa. Existem três postulados básicos: a luta contra o imperialismo e o colonialismo, o apoio dos movimentos de libertação e a cooperação internacional (particularmente com os países de Terceiro Mundo).A Argélia faz parte da maioria das organizações regionais e internacionais. Ela é um membro fundador de várias delas, incluindo a União Africana, a União do Magrebe Árabe e a União do Mediterrâneo. A Argélia desempenha um papel importante no continente africano. Ela rapidamente se envolveu no projeto da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD), lançado em Lusaka em julho de 2001. O país desempenhou um papel importante na diplomacia dos bons escritórios, obtendo que Eritréia e Etiópia assinem um acordo de paz em Argel em 12 de dezembro de 2000. A habilidade na política externa argelina já se provou em mediações anteriores, como a realizada em 1973 entre o Iraque e o Irã ou durante a crise dos reféns americanos entre 1979 e 1981 realizada em Teerã.Em 1974, ano em que a Argélia presidiu a Assembléia Geral da ONU, conseguiu obter a exclusão da delegação da África do Sul (então sob o apartheid). A inserção antecipada da diplomacia argelina nas relações internacionais, mesmo antes da sua independência, permitiu que dominasse os mecanismos de ações das relações exteriores, mobilizou-se, inicialmente, para confirmar sua soberania econômica. Em segundo lugar, ela converteu sua visão de política externa em doutrina de Terceiro Mundo. O movimento não alinhado era o campo preferido da diplomacia argelina, sua militância reformista e inovadora permitia um certo reequilíbrio de forças nessa área. Enfim, a astúsia argelina continua a ser muito ativa em questões como as relações euro-mediterrânicas, diálogo entre os mundos cristão e muçulmano e a luta contra o terrorismo.
Embassy Brasília – Na área de Turismo, quais são os principais atrativos do país?
A Argélia, cadinho de civilizações, terra de esplendor natural e riqueza cultural, é um país que possui uma grande quantidade de bens naturais e um dos patrimônios culturais e históricos dos mais ricos e variados. Grandes escritores, pintores de prestígio, viajantes lendários, turistas famosos e anônimos foram muitas vezes consolados na Argélia pela sua geografia, imagem, história, beleza tentando entender esse país e capturar seus contrastes. Uma restituição às vezes apaixonada, às vezes sublimada, mas sempre próxima do que a Argélia realmente é um país de rica identidade e bonito pela sua população calorosa e acolhedora, com geografias vertiginosas e culturas africanas, amazigh, mediterrâneas e árabes que a gravaram por milênios.
Possui um espaço e uma herança única na África, no Magrebe, no Mediterrâneo e em que os grandes nomes da fotografia se estabeleceram, como o Yann Arthus-Bertrand (Argélia vista do céu), com o objetivo de ampliar nossa perspectiva em paisagens e ambientes excepcionais. Alguns exemplos: Hoggar é uma cordilheira na região do Saara central, no sul da Argélia. É um maciço circular com uma altitude média de 2.000 m, eriçado por picos de quase 3.000 m. O Hoggar é principalmente constituido por rochas vulcânicas e metamórficas. Os múltiplos e mais variados relevos arquiteturais constituem a sua grandiosa paisagem. A cada passo, a vista oferecida pelo país em todo o seu esplendor deixa o visitante apreendido, enfeitiçado. A calma, às vezes embalada pela canção do vento, combinada com a majestade da rocha esculpida pela engenhosidade da erosão, encoraja contemplação, sossego e relaxamento. É um mundo fascinante, um livro de história e descobertas, um mundo de tranqüilidade, sabedoria e mistério. Um universo que incentiva a viagem no espaço e no tempo, ao reencontro de si. Os fãs de fotografia podem se esperar à um desejo frenético de imortalizar tudo.
A paisagem do vale de M’Zab (sul da Argélia), criada no século X pelos Ibadites em torno de seus cinco ksour, ou vilas fortificadas, parece ter permanecido intacta. Simples, funcionais e perfeitamente adaptados ao meio ambiente, a arquitetura de M’zab foi projetada para a vida comunitária, respeitando estruturas familiares. É uma fonte de inspiração para os grandes mestres, como Ravereau, Pouillon, Boffill e urbanistas de hoje.
A Saoura é uma encruzilhada das civilizações, uma característica da vida no Sahara. A antiga estrada do Sudão Ocidental faz fronteira com uma bela região, o vale do Wadi Saoura, apoiado pelo Grand Erg Western. Daqui, a paisagem é deslumbrante, as grandes dunas amarelas – até 600 metros de altura – parecem ondas esculpidas pelo vento, à espera de um oceano improvável.
A Argélia é espalhada por cerca de 1200 km de litoral, riachos, enseadas e baías profundas que oferecem aos velejadores provenientes dos mares ancoradouros e praias arenosas trazendo aos banhistas felicidade indescritível. Verdadeira varanda do Mediterrâneo nas proximidades, maciços, às vezes ultrapassando os 1000 m de altitude e isolando a costa e as estradas costeiras que oferecem uns dos mais belos locais do Mediterrâneo.
Do enorme “Marsat Ben m’hidi”, verdadeira Copacabana do Magrebe, ao magnífico pequeno porto de El-Kala, no extremo oriente do país, é uma sucessão de encantamento acentuada pelo relevo. Visto que este litoral alto e rochoso, com seus penhascos íngremes e pitões mergulhando no mar, contribuiu para a preservação desses magníficos locais naturais.
Finalmente, gostaria de lembrar que o meu país ratificou a Convenção para a Proteção do Patrimônio Cultural e Natural Mundial em 24 de junho de 1974. O primeiro local protegido foi tombado em 1980. Existem sete locais declarados Patrimônio Mundial e dentre eles seis são culturais e uma mista. Também foi enviado seis localizações para a lista indicativa e dentre elas estão cinco culturais e uma mista.