Em Florianópolis (SC), evento mundial debateu papel da atividade turística como estratégia de conservação ambiental
Por Vanessa Sampaio (MTur)
O ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, participou na noite desta segunda-feira (10), em Florianópolis (SC), da cerimônia de boas-vindas do governo brasileiro à 67ª Reunião Bianual da Comissão Internacional Baleeira (CIB). O evento coloca o Brasil no centro do debate mundial sobre o assunto e levanta a relevância da atividade turística como aliada na preservação ambiental e na otimização dos recursos do litoral brasileiro para o setor nacional de viagens.
Em seu discurso para representantes de mais de 80 países, ele afirmou que “o Brasil acredita no enorme potencial da conexão entre turismo e meio ambiente” e trabalha em parceria para avançar nesta área.
O evento, que começou na última terça-feira (4) e vai até sexta (14) na capital catarinense, é o único fórum reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para definir estratégias de conservação para estes animais. Essa é a primeira vez que o Brasil sedia o encontro da Comissão, criada em 1946.
De acordo com Vinicius Lummertz, os passeios embarcados para observação turística dos mamíferos marinhos são uma realidade em diversas nações modelo de práticas sustentáveis no setor de viagens e turismo. “Só se desenvolve a consciência da preservação quando conhecemos, nos aproximamos e entendemos a importância e o valor de conservar e cuidar. Essa ideia, além de ir ao encontro da política nacional do setor, gera emprego e renda e também proteção ambiental, atributo de alto valor agregado”, afirmou Lummertz em entrevista após o evento. O ministro conversou com membros da CIB e do Ministério do Meio Ambiente e pediu apoio para agilizar a autorização da observação das baleias jubartes no litoral de SC, um grande corredor natural onde os animais desfilam anualmente na época da reprodução.
“Estamos aqui para sensibilizar entidades internacionais a se alinharem a esse esforço do governo brasileiro”, destacou.
O CASO DE SC – Suspenso desde maio de 2013 pela Justiça Federal, o turismo de observação de baleias feito a partir de embarcação em alto-mar segue desautorizado no litoral catarinense. A expectativa, porém, é que os passeios embarcados para avistamento de baleias volte a acontecer de forma regulamentada assim que o plano de manejo da APA (Área de Preservação Ambiental) da Baleia Franca seja concluído pelo ICMBio.
Segundo o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, o plano de manejo tem prioridade de elaboração técnica na Pasta, com expectativa de entrega do documento entre dezembro e o primeiro semestre de 2019. “O turismo é uma das grandes saídas que nós temos para garantir desenvolvimento econômico sem destruir o meio ambiente. Compatibilizar turismo e meio ambiente é vital especialmente para um país como o Brasil, tão rico e tão diverso e de grande potencial. O turismo sustentável é esta opção para garantir uma atividade segura e legal”, destacou.