A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina criticou países europeus pelos ataques ao Brasil devido às queimadas na Amazônia devido a “interesses comerciais ameaçados”, após a assinatura do acordo comercial Mercosul-União Europeia”. De acordo com a ministra, “as relações comerciais com a Europa depois da assinatura desse acordo Mercosul-União Europeia deixaram, com certeza, alguns países preocupados pela pujança do nosso agronegócio, pelo mercado que nós podemos tirar”, afirmou.
Na avaliação da ministra, Irlanda e França estão entre os países mais preocupados com a entrada dos produtos agropecuários brasileiros na Europa. “principalmente, a Irlanda, a gente sentiu nas negociações a preocupação com as carnes, e a França, que não é de hoje que os produtores rurais vem se insurgindo contra os produtos brasileiros, querendo denegrir a imagem dos nossos produtos”, acrescentou.
Para Tereza Cristina, a produção feita na Amazônia, em sua maioria, tem certificados de origem e não está conectada ao aumento do desmatamento. “não existe nenhuma relação entre um problema que acontece na Amazônia todos os anos [com os produtos brasileiros] , o exagero que foi colocado no problema. Ele existe, o Brasil sabe disso, tem preocupação com as queimadas que acontecem todos os anos”, ressaltou.
Ao falar sobre declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, que admitiu a possibilidade de a União Europeia cancelar o acordo com o Mercosul devido ao aumento das queimadas na Amazônia brasileira, Tereza Cristina, disse que Macron, foi “oportunista” e prejudicou a imagem brasileira com suas declarações sobre os incêndios na Amazônia. “Eu acho que foi oportunista. É um problema interno. Prejudica sim a imagem do Brasil, que já não anda muito bem”, disse ao discursar na Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.
Durante a reunião de cúpula do G7, que ocorreu na França no último fim de semana, o tema das queimadas na floresta foi incluído na pauta pelo mandatário francês. Os líderes das sete nações concordaram em ajudar os países da região amazônica a combater o problema.
“Só que o bom-senso prevaleceu e, ontem, na reunião do G7, nós tivemos apoio de sete países dizendo que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, comentou a ministra sobre o resultado do encontro.
O envio de recursos dos países mais desenvolvidos economicamente é bem-vindo, na avaliação da ministra, desde que não haja interferência nos assuntos internos. “Se querem preservar a Amazônia tem que colocar mais dinheiro aqui para ajudar nessa preservação. Mas não interferir na soberania do nosso país.”