O presidente tcheco, Milos Zeman, derrotou o ex-presidente da União Europeia (UE), Jiri Drahos, no segundo turno da eleição presidencial tcheca neste sábado (27), e o resultado é um endosso tácito à posição dura de Zeman contra a imigração e a sua boa relação com a Rússia e com a China.Com 99,35% dos distritos relatados, Zeman ganhou 51,55% dos votos contra 48,44% para Drahos, que reconheceu a derrota antes de todas as cédulas serem contadas.
Zeman, de 73 anos, aliado do Kremlin, é a última figura proeminente entre políticos ativos do período de transição pós-comunista do país na década de 1990. Ele agradou alguns, mas alienou outros ao depreciar publicamente os adversários, que vão desde o último primeiro-ministro às elites intelectuais e à imprensa.
A votação refletiu as divisões entre liberais e conservadores vistas em outros lugares da Europa e dos Estados Unidos. Tchecos e eslovacos devem agradecer Gorbachev pelo fim da URSS, diz Zeman. Ele assumiu uma posição difícil sobre a imigração e foi um dos poucos políticos europeus a apoiar Donald Trump nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA.
Zeman também foi muito criticado por suas boas relações com o presidente russo, Vladimir Putin, e por solicitar o fim das sanções da UE contra Moscou, impostas após a Crimeia voltar a fazer parte do território russo. Zeman também tem uma relação morna com a UE, definindo-se como um federalista e dizendo que ele apoia a adesão ao bloco, ao mesmo tempo em que defende a realização de um referendo para ficar ou sair do bloco, como o que levou à saída da Grã-Bretanha.
“Zeman nunca questionou a adesão tcheca na UE, mas, por outro lado, ele disse que realizaria um referendo para a saída [do país do bloco] e, na prática, ele se desviou significativamente da UE e da OTAN”, disse o analista político Michael Romancov.