Presidente é alvo de protestos por se candidatar novamente
O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, alertou nesta quinta-feira (7) que as manifestações contra sua decisão de se candidatar novamente à reeleição arriscam criar o “caos” no país.
A mensagem foi lida pela ministra dos Correios, Houda-Imane Faraoun, já que Bouteflika, 82, não faz um discurso público há cerca de sete anos. No poder desde abril de 1999, ele se encontra atualmente internado em um hospital na Suíça.
No texto, o presidente elogia a “maturidade” dos manifestantes ao expressarem as próprias opiniões “pacificamente”. “Contudo devemos apelar à vigilância e à prudência contra uma eventual infiltração nessa expressão pacífica por parte de elementos insidiosos, internos ou externos, que poderiam semear a discórdia e provocar o caos”, advertiu.
A Argélia irá às urnas em 18 de abril, e Bouteflika decidiu concorrer a um novo mandato, embora esteja doente há muito tempo. Como suas aparições públicas são raríssimas, a oposição acredita que ele não seja mais capaz de governar e que o comando do país esteja nas mãos de um estreito círculo de aliados.
Bouteflika teve dois derrames desde 2013 e usa cadeira de rodas, mas há poucos detalhes sobre suas reais condições de saúde. As manifestações contra ele são descritas como as maiores na Argélia nos últimos 30 anos.
Sobrevivente da Primavera Árabe, Bouteflika já alterou a Constituição para derrubar o limite de dois mandatos presidenciais e em 2014 obteve 81% dos votos, apesar de não ter realizado nenhum comício.
A economia argelina é baseada na exportação de petróleo e gás e foi duramente atingida pela queda dos preços no mercado internacional, o que levou a cortes em programas sociais que ajudavam a conter a insatisfação social. (ANSA)