Dois membros do governo britânico renunciaram nesta quarta-feira
Notícias ao Minuto Brasil
A primeira-ministra britânica, Theresa May, reuniu-se hoje (3) com o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, em uma tentativa desesperada de aprovar um acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado “Brexit”.
A aproximação de May a um de seus adversários, porém, gerou mal-estar dentro do governo e do Partido Conservador, fazendo May perder duas pessoas de seu gabinete nesta quarta-feira.
O subsecretário Chris Heaton-Harris e o ministro do País de Gales, Nigel Adams, já anunciaram suas renúncias. Eles não concordam com o fato de May tentar aprovar, a todo custo, um acordo que já foi rejeitado três vezes pelo Parlamento. “Eu e muitos outros concordamos com sua posição anterior de que nenhum acordo é melhor que um mau acordo”, afirmou Adams.
O texto de May é criticado por muitos britânicos que acreditam que os termos do acordo não favorecem o Reino Unido. Eles, portanto, preferem uma saída “abrupta” da União Europeia, sem acordo – o que, por sua vez, gera temor no sistema financeiro europeu -.
O Reino Unido deveria sair da União Europeia em 29 de março – três anos após aprovar o divórcio em referendo. No entanto, devido ao impasse político, a saída “sem acordo” foi adiada para 12 de abril. Caso o Parlamento aprove finalmente um acordo, aí a saída ocorrerá em 22 de maio.
May ficou sem argumentos para convencer os eurocéticos dentro do Partido Conservador e decidiu apelar para a oposição para conseguir aprovar o acordo.
Nos outros países da União Europeia, como na França, o gesto de May foi bem visto, já que uma saída do Reino Unido com “acordo” para ditar os termos futuros evitaria impactos drásticos na economia do bloco.