O premiê espanhol Mariano Rajoy já tinha indicado que não aceitaria os nomes indicados por Quim Torra
Folhapress
O governo espanhol rejeitou nesta segunda-feira (21) o gabinete proposto pelo novo presidente da Catalunha, o separatista Quim Torra. Com a decisão, Madri mantém o controle direto sobre a região.
O premiê espanhol Mariano Rajoy já tinha indicado que não aceitaria os nomes indicados por Torra porque o catalão incluiu na lista duas pessoas em prisão preventiva e outras duas que fugiram para a Bélgica, onde aguardam um pedido de extradição.
Os quatro são acusados de crimes como rebelião e uso indevido de verbas públicas durante a campanha pela independência da Catalunha no ano passado.
Foi a decisão do governo do então presidente catalão Carles Puigdemont de anunciar a separação da região do resto da Espanha que fez Madri intervir na região em outubro e convocar uma nova eleição.
Deposto e também acusado pelos crimes, Puigdemont fugiu do país e está atualmente na Alemanha, mas seus aliados separatistas venceram o novo pleito em dezembro, criando um impasse em quem comandaria o governo local.
Após uma série de nomes serem vetados por Madri, incluindo o do próprio Puigdemont, Torra conseguiu se eleger na semana passada, mas precisa montar o gabinete para que o governo espanhol cancele a intervenção direta.
O premiê Rajoy, porém, decidiu não publicar nesta segunda o decreto aceitando a nomeação feita por Torra, que na prática colocaria fim a intervenção. Ele deixou claro que não pretende autorizar o novo governo caso os catalães insistam em nomear como ministro os quatro acusados.
“Espero que em breve exista um governo que seja viável, que obedeça à lei e que entre em diálogo conosco”, disse ele em um discurso feito em um evento na Galícia. “Um que trabalhará para recuperar a normalidade institucional e política em nosso país”, afirmou.
Em resposta, Torra reafirmou que pretende manter as nomeações. Ele visitou a prisão de Estremera, próxima a Madri, onde vários líderes separatistas estão presos, incluindo os dois que foram incluídos no seu governo, Jordi Turull e Josep Rull.
Torra disse que ambos pediram que ele “enfatizasse sua disposição em assumir o cargo e mais uma vez pedisse ao juiz para que possam tomar posse na quarta-feira em Barcelona”