Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ao menos 60 pessoas morreram e mil ficaram feridas no ataque
Os governos do Reino Unido e da Rússia, que vivem uma disputa diplomática devido ao envenenamento do ex-espião Serguei Skripal, voltaram a trocar acusações nesta segunda-feira (9), desta vez tendo como pano de fundo um possível ataque com armas químicas na Síria.
Um porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que Moscou não deve tentar obstruir a investigação. O governo russo, aliado do ditador Bashal al-Assad, é acusado por Londres e por Washington de ter bloqueado investigações anteriores sobre o uso de armas químicas na guerra civil síria.
Logo após as declarações britânicas, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que é perigoso tirar conclusões sobre quem é o responsável pelo ataque antes das investigações serem concluídas. Moscou, assim como Damasco, culpa os grupos rebeldes pelo uso das armas químicas.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ONG com sede no Reino Unido, disse também nesta segunda que ao menos 60 pessoas morreram e mil ficaram feridas no ataque, feito no sábado (7) na cidade de Douma, em Ghouta Oriental. O caso foi revelado no domingo (8).
Já os capacetes brancos (organização que atua como Defesa Civil em zonas não controladas pelo governo sírio) afirmaram que são 49 mortos até o momento. Vídeos postados pelo grupo mostram as vítimas respirando com ajuda de máquinas de oxigênio e moradores cuspindo sangue.
A revelação do caso fez o Conselho de Segurança da ONU convocar duas reuniões para debater o assunto –uma a pedido de Washington e outra por requisição de Moscou. O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, e seu colega francês, Jean-Yves Le Drian, defenderam a importância da reunião após um encontro entre os dois nesta segunda.
“Eles concordam que a reunião de hoje no Conselho de Segurança das Nações Unidas em Nova York é um passo importante para determinar a resposta internacional, a qual todas as opções devem estar na mesa”, disse o britânico em nota. Com informações da Folhapress.