Embaixadora Brigitte Collet fala das boas relações com o Brasil, do seu encanto pelo país, das visitas ministeriais e dos jogos olímpicos durante comemoração da Queda da Bastilha. A chefe de missão deixa o cargo ainda este ano.
A embaixada da França no Brasil sediou, no dia 14, a celebração da data nacional, da tomada da Bastilha, em 1789. Considerado um grande marco na história do país, o ato simbolizou o início da queda do Antigo Regime e contribuiu para difundir o sentimento revolucionário francês, tido pelos historiadores como o início da Revolução Francesa, período marcado pela grande agitação social e política. A embaixadora da França em Brasília, Brigitte Collet mencionou, em seu discurso, as diferentes vertentes que envolvem a relação entre o Brasil e a França. Para ela, a defesa dos valores de ambas as nações se torna ainda mais relevante nos dias atuais, em que “algumas democracias são alvo de novas ameaças que fazem o uso do veneno da desinformação destilado pelas redes sociais”.
O recente encontro, em Paris, entre os presidentes Emmanuel Macron e Lula foi mencionada pela embaixadora, lembrando que os dois discutiram temas como a Cúpula da Amazônia e a “agressão” da Rússia contra a Ucrânia. A diplomata ressaltou que o presidente brasileiro participou da Cúpula de Paris para um Novo Pacto Financeiro Global e se encontrou com o presidente francês. Segundo ela, espera-se por um novo pacto financeiro global com o objetivo de se iniciar uma “transformação da arquitetura financeira internacional, a fim de torná-la mais eficaz e justa”.
O comprometimento comum da França e do Brasil com a Carta das Nações Unidas e o multilateralismo também foi mencionado por Collet. Os dois países, segundo a embaixadora, compartilham rica história de vínculos culturais, científicos, econômicos e esportivos. “Ambos seguem com forte vontade de cooperar na defesa, na gestão de nossa fronteira comum, na área ambiental e nos direitos humanos”, disse.
Brigitte Collet destacou que considera que o Brasil deve ocupar um lugar de maior importância nas instâncias internacionais, além de ter também expressado a determinação da França em contribuir para o sucesso da COP 30 sobre as mudanças climáticas que vai acontecer este ano em Belém, no Pará.
Jogos – A representante francesa lembrou, também, dos próximos Jogos Olímpicos, que serão realizados na França em 2024. “De fato, nós compartilhamos uma paixão pelo esporte. Ano que vem, os franceses vão adorar receber a todos para o evento”, frisou. Além disso, Collet reforçou que ambos os países compartilham “uma rica história de vínculos culturais, científicos, econômicos e esportivos, determinados em fortalecer a cooperação bilateral na defesa, na gestão da fronteira comum, na área ambiental e também nos direitos humanos”.
Despedida – “Eu fiquei encantada com a beleza do Brasil, com a diversidade das regiões, dos povos e das culturas. Estarei me despedindo deste país com muitas lembranças maravilhosas, boas amizades e a felicidade e orgulho de ter contribuído para que a relação entre a França e o Brasil fosse relançada com todo o vigor que ela merece. Ficarei com saudades”
No evento foi oferecido um pouco da gastronomia francesa como os queijos, vinhos, champanhes e patês, além dos macarrons. A orquestra regida pelo maestro Claude Brendel, composta por 17 jovens músicos tocaram os hinos nacionais da França, do Brasil e da União Europeia.
História – Em 14 de julho de 1789, o povo francês tomou a prisão da Bastilha, símbolo do Antigo Regime. A Queda da Bastilha marca o início da Revolução Francesa, que fez ecoar seus ideais e o lema: Liberté, Égalité, Fraternité. Na França, o Dia da Bastilha é comemorado com uma mistura de desfiles militares solenes, danças descontraídas, fogos de artifício e reuniões entre amigos e famílias com muita comida tradicional.