A Justiça doEquadordecretou nesta terça-feira (15) a prisão preventiva, por 90 dias, da governadora da província de Pichincha, Paola Pabón, porsuposto crime de rebelião durante os recentes protestos liderados por indígenas que sacudiram o país.
Durante osviolentos protestos contra o fim dos subsídios aos combustíveis e da consequente alta nos preços de até 123%, o presidente Lenín Moreno acusou seu antecessor e antigo aliado, Rafael Correa, de liderar um plano de desestabilização do país. Pabón, detida ainda na segunda-feira, é aliada de Correa.
Segundo a promotoria, Pabón – agindo como governadora de Pichincha, província cuja capital é justamente Quito – incentivou a ocupação da cidade e será investigada por rebelião, um crime passível de cinco a sete anos de prisão.
Parlamentares procuram abrigo em embaixada
Em meio aos protestos no Equador, Moreno denunciou uma conspiração liderada por Correa com o apoio do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para derrubar seu governo.
O plano teria sido apoiado por vários políticos ligados a Correa e sete pessoas – incluindo quatro legisladores – estão refugiados na embaixada do México em Quito, entre eles a deputada Gabriela Rivadeneira.
Em meio aos protestos, no dia 2 de outubro, Rivadeneira pediu ao Parlamento a convocação de uma sessão extraordinária para decidir sobre a “destituição do presidente Moreno” e a “antecipação das eleições”.
A crise social, que deixou oito mortos, 1.340 feridos e 1.192 detidos, segundo a Defensoria do Povo, acabou com um acordo entre Moreno e as lideranças indígenas, no qual o presidente suspendeu o fim dos subsídios aos combustíveis.
O acordo foi saudado nesta terça-feira pelo Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Uma declaração da OEA manifesta “o apoio ao regime democrático no Equador, a seu governo legitimamente constituído e ao seu presidente, Lenín Moreno”, e rejeita “qualquer ação visando desestabilizar” o Executivo.