A Corte Suprema da Colômbia decidiu na madrugada desta quarta-feira, 9, dar prosseguimento às investigações de fraude e suborno contra o ex-presidente Álvaro Uribe, que governou o país entre 2002 e 2010.
Uribe é suspeito de ter pressionado testemunhas que poderiam vinculá-lo a paramilitares das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC). Esse grupo armado de extrema direita fez parte do conflito armado na Colômbia entre a década de 90 e os anos 2000 e é suspeito de narcotráfico e violação de direitos humanos.
Uribe depôs por sete horas na terça-feira diante de um juiz em Bogotá. “Defendi minha lealdade à verdade”, disse o ex-senador ontem em um pequeno ato para seus partidários.
O ex-presidente nega as acusações de vínculos com os paramilitares, que, com o colapso dos cartéis de Medellín e Cali, passaram a disputar com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e outros grupos menores o controle do narcotráfico no país.
Analistas consideram o caso um importante teste para o judiciário colombiano, que há anos tem sido criticado por não punir políticos e militares acusados de corrupção. “É crucial que a Justiça trate esse caso com rigor e imparcialidade”, avaliou Adam Isacson, especialista em Colômbia no Washington Office on Latin America.
Uribe é uma das principais lideranças políticas do país. Em 2016 ele liderou a vitória do não no referendo sobre o acordo de paz com as Farc. Dois anos depois, ele apoiou o atual presidente, Iván Duque, na campanha que o levou ao Palácio de Nariño.