| Oda Paula Fernandes
Fotos: Eliane Loin
O embaixador da República de Israel, Yossi Avraham Sheley, celebra, pela primeira vez a Data Nacional de seu país aqui no Brasil. Recém empossado no último 17 de janeiro, Yossi diz que veio para desenvolver as relações bilaterais nos campos de política, economia e cultura, “paradas” há dois anos, desde que o último embaixador israelense deixou Brasília. O embaixador fala sobre o assunto em entrevista exclusiva à revista Embassy Brasília que também será publicada, mais completa, na edição impressa.
O diplomata afirma que veio ao Brasil representar o governo de Israel por indicação pessoal do premier israelense Benjamin Netanyahu. “Eu sou engenheiro, tenho formação em direito também e sou amigo pessoal de primeiro ministro, quem me indicou para vir ao Brasil. É uma relação de confiança, por isso estou aqui”, declarou Sheley.
Aos 69 anos da independência, Israel comera em duas datas. A primeira em 14 de maio de 1947, quando o brasileiro Osvaldo Aranha, que servia nas Nações Unidas declarou a criação do Estado de Israel, logo após a Segunda Guerra Mundial, com o decreto das Nações Unidas. E a segunda Data, que é a da formação do Estado, um ano após a primeira, em 1948. “Entre as duas datas, teve um ano para que o decreto se construísse em um Estado Legítimo”, lembrou Sheley.
O embaixador comentou ainda que, mesmo com a ausência de um embaixador aqui no Brasil o Israel tem 14 milhões de judeus espalhados pelo mundo enquanto que lá tem apenas oito milhões. “O governo de Israel está representado no mundo inteiro através das comunidades judaicas, que fortalecem o governo israelense em todos os lugares”, ressaltou.
Perspectivas – Desde a criação do Estado, para ele, o povo israelense está protegido em todos os lugares, o que não aconteceu no Período de maior sofrimento eles. “Nós acreditamos que o holocausto aconteceu porque não havia o Governo de Israel antes de Segunda Guerra Mundial, que pudesse proteger seu povo. Houve uma perseguição à comunidade israelense e não houve nenhuma comunidade que desse apoio e proteção. Tivemos alguma ajuda, mas em casos isolados, privados, mas nada como um governo, como existimos hoje e como um Estado protege seu povo. Éramos considerados vagabundos, sem casa, sem dinheiro”, lamentou o embaixador.
“Queremos nosso povo vivendo em paz com o mundo todo. A mão de Israel está sempre estendida para um acordo de paz”, disse referindo-se também às futuras relações com o Brasil. “Acredito plenamente que Brasil e Israel têm muita coisa a compartilhar. Israel tem o foco de, na agricultura, produzir o necessário. Mas importamos muitos alimentos de outros países, como é o caso do açúcar, café, soja, carne entre outros”, lembrou.
Segundo Sheley, é de suma importância os governos serem conectados e terem relações entre eles, o que, para ele, influencia nos negócios. “Eu quero deixar claro que a cultura também é muito importante. Nós a usamos para aproximar as pessoas e os governos. Nós temos mais que o futebol. Possuímos um grande futuro. Às vezes as políticas podem até não estar tão aproximadas, mas se as pessoas são amigas e passam a frequentar um grupo de dança ou outra atividade cultural, isso vai aproximar as pessoas e até os governos”, completou.