Durante a comemoração da revolução húngara, o Embaixador Zoltán Szentgyorgyi enalteceu a relação bilateral com o Brasil
Raquel Pires
Fotos: Eliane Loin
A Embaixada da Hungria sediou, em Brasília, na última quarta-feira (24), a festa da independência, celebrada no dia 23 de outubro. A data marca a retomada da república parlamentar democrática após a queda da União Soviética. A festa, que foi a primeira celebração da data com o atual embaixador Zoltán Szentgyorgyi, contou com a presença de diplomatas, jornalistas, húngaros e amigos.
O embaixador agradeceu a presença de todos e começou compartilhando uma curiosidade com os presentes. Na abertura do evento, os presentes escutaram a “Abertura de Egmont” de Beethoven, que se tornou um símbolo da Revolução de 1956. “No primeiro dia da revolução houveram batalhas dentro e fora do edifício da rádio, sendo assim impossível continuar a programação. Somente um carro de transmissão funcionava e ele estava próximo ao parlamento húngaro. Os técnicos não tiveram outra opção senão colocar discos de música clássica para não parar a transmissão da rádio. Eles encontram apenas dois discos: o hino húngaro e a Abertura Egmont de Beethoven. Por isso, ela tornou-se automaticamente um símbolo”.
Após esse momento histórico do discurso, as cooperações entre América Latina e Hungria foram ressaltadas pelo Embaixador que ainda citou a parceria educacional feita pelos países, através de bolsas de estudo em faculdades húngaras. “A Hungria alargou a sua presença no continente. Há mais ou menos 10 anos nós focávamos apenas em Argentina, Brasil, Cuba e México, mas nos últimos anos reabrimos embaixadas em países da América Latina. E no ano que vem realizaremos em Budapeste o Fórum da América Latina, que terá como tema a água e a pesquisa no campo da Agricultura”.
“Para nós o futuro são nossas crianças e estudantes. A Hungria decidiu oferecer 250 bolsas de estudo de graduação e pós-graduação para estudantes brasileiros”, afirmou o diplomata, confirmando o compromisso da Hungria com a educação e parceria com o Brasil.
História – As fronteiras atuais da Hungria foram estabelecidas pela primeira vez pelo Tratado de Trianon (1920) após a Primeira Guerra Mundial, quando o país perdeu 71% de seu território, 58% da sua população e 32% dos húngaros étnicos.
Após o período entre guerras, a Hungria aderiu às Potências do Eixo na Segunda Guerra Mundial, quando sofreu danos significativos. Como consequência, ao fim da Segunda Guerra Mundial, tornou-se um estado comunista sob a influência da União Soviética. A Revolução de 23 de outubro de 1956 foi a oportunidade para que os húngaros se manifestassem contra o regime soviético instalado no país. Após o primeiro-ministro Imre Nagy implantar reformas democratizantes, apoiado pela população, a União Soviética invadiu a Hungria e, pela força das armas, acabou com a revolução, prendeu Nagy e executou-o tempo depois.