Yoav Gallant, ministro da Imigração e membro do gabinete de segurança israelense, indicou hoje à rádio pública Kan que se “iniciaram contatos” e que estes “avançam mais rápido” que em anteriores ocasiões, embora se tenha mostrado cauteloso sobre uma resolução final.
Não é a primeira vez que Israel e o movimento que controla a Faixa de Gaza — que mantêm negociações indiretas mediadas pelo Egito e pela ONU para uma trégua de longa duração — abordam um acordo daquele tipo, mas a pandemia da covid-19 parece ter levado a um aumento de contatos.
O primeiro-ministro israelense em funções, Benjamin Netanyahu, pediu no início do mês “negociações imediatas” com mediadores, face à pressão dos familiares e de associações para que fossem recuperados os cadáveres dos soldados retidos desde a guerra em Gaza em 2014, além de dois civis israelenses que entraram no território palestino por sua iniciativa.
Segundo o jornal digital Times of Israel, o executivo israelense recusa que o acordo tenha duas fases e exige a entrega de todos ao mesmo tempo. Yahya Sinwar, líder do Hamas em Gaza, também se declarou aberto a explorar várias vias para conseguir a libertação dos presos idosos e doentes, como parte de “uma iniciativa humanitária” e face ao receio de que o novo coronavírus se propague entre os milhares de palestinos nas prisões israelenses. O movimento islâmico não quis comentar as negociações em curso.
O Hamas — considerado um movimento terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia — retém desde 2014 os cadáveres dos soldados israelitas Hadar Goldin e Oron Shaul, capturados durante uma operação militar na Faixa de Gaza, sob bloqueio do Estado hebreu há mais de uma década.
Também retém no enclave dois civis israelitas — com problemas mentais diagnosticados, segundo a imprensa — que entraram em Gaza por sua iniciativa. O último acordo deste tipo ocorreu em 2011, quando Israel libertou 1.028 presos palestinos em troca do soldado israelita Gilad Shalit, que esteve detido cinco anos em Gaza.