Trabalhadores lutam contra propostas trabalhistas do presidente
Mais de 5,4 milhões de pessoas saíram às ruas da França nesta quinta-feira (22) em protestos contra as reformas propostas pelo governo do presidente, Emmanuel Macron. A greve geral causou transtornos em diversas cidades, principalmente, em Paris. Trânsito intenso, vôos cancelados, escolas fechadas foram registrados em todo o país.
Os manifestantes se opõem às mudanças das condições de trabalho, como a reforma da Sociedade Nacional de Ferrovias (SNCF, na sigla em francês), que gera emprego para mais de 200 mil indivíduos. Entre as novas medidas estão uma possível privatização da empresa, o encerramento de algumas linhas e também a mudança no estatuto dos funcionários, que contam com emprego vitalício, seguros de saúde, entre outros benefícios.
Em apoio a esses funcionários do transporte, outras categorias se juntaram no protesto. Professores, médicos, pilotos, advogados e até estudantes participam do ato. O grupo teme que Macron cumpra com uma de suas promessas de campanha, que inclui a redução do setor estatal, o que causaria a demissão de muitos trabalhadores. Cerca de 180 manifestações já foram organizadas por todo o país para denunciar as políticas “liberais” do presidente francês, como uma mudança do estatuto dos funcionários públicos e plano de demissões voluntárias coletivas.
O novo projeto de Macron pretende eliminar vários postos de trabalho, a fim de reduzir o déficit orçamentário da França. Manifestantes da Confederação Geral de Trabalhadores da França carregam uma faixa com frase “Salários, empregos, proteção social, serviços públicos. Nós não deixamos nada”, em um ato em Marselha.
O objetivo da greve nacional convocada pelos trabalhadores do setor público e sindicatos é defender os direitos trabalhistas e as aposentadorias. Depois da greve de hoje, outras paralisações já estão sendo organizadas, tendo duas greves a cada cinco dias da semana. Já na próxima sexta-feira (23), os trabalhadores da Air France irão paralisar também, pois exigem um aumento salarial de 6%. Caso não exista acordo, eles pretendem continuar com outra greve na próxima segunda-feira (26).