Liz Elaine Lôbo/ Súsan Faria
Produção: Elna Souza
O presidente do Azerbaijão Ilham Aliyev montou uma força-tarefa, liderada pelo Primeiro Ministro Ali Asadov, para tomar as decisões visando a controlar a pandemia no país. Com pouco mais de 10 milhões de habitantes, mais de 66 mil pessoas já foram testadas e a população continua a passar pelo exame. De acordo com o embaixador Azerbaijão no Brasil, Elkhan Polukhov, o país não tem escassez de material de proteção. Segundo o diplomata, desde o dia o5 de abril, pela decisão da força-tarefa, no país há restrição de movimentação. Até o dia 15 de abril foram registradas 13 mortes.
Em entrevista exclusiva à revista Embassy, Polukhov garante que o Azerbaijão, durante a última década, investiu fortemente na variação da economia. “Hoje a estabilidade econômica do país está bem protegida, mas, paralelamente a essa estabilidade nos mercados de petróleo, a diversificação é uma das preocupações do nosso governo”, relatou. O embaixador fala ainda do cancelamento do GP, Grande Prêmio de Fórmula I do Azerbaijão, e do espírito de união que o presidente Aliyev busca na população com o lema “Juntos somos fortes”. Leia a íntegra da entrevista de Elkhan Polukhov.
Embassy – Embaixador, qual é a situação atual no Azerbaijão relacionada à pandemia de Covid-19?
Como outros países ao redor do mundo, o Azerbaijão também sofre com vírus Covid-19 e, nesse sentido, o governo tomou várias medidas muito importantes para impedir a disseminação desse vírus no país, proteger a população e apoiar a economia. Em 27 de fevereiro de 2020, a fim de organizar medidas eficazes para prevenir a propagação da Covid-19, uma Força-Tarefa, sob o Gabinete de Ministros, liderada pelo Primeiro Ministro, foi criada e representantes de todos os ministérios foram incluídos nela. Até 15 de abril, 1.253 pessoas foram infectadas, 13 mortas, 404 recuperadas, 56 novos casos e 836 estão em tratamento médico. Esta é a dinâmica dos últimos dois a três dias que mostra que o número de pessoas recuperadas prevalece sobre o número de recém-infectados.
Embassy – O governo do Azerbaijão, juntamente com o governo turco, iniciou os primeiros testes de diagnóstico para o novo tipo de coronavírus (Covid-19). Atualmente, que porcentagem da população do seu país está passando por esse teste?
Para uma resposta efetiva e apoio da população dentro de um período muito curto, a produção interna de máscaras médicas foi organizada e atualmente o Azerbaijão não apresenta escassez. No estágio inicial, a empresa produzirá 120 mil máscaras médicas por dia e, posteriormente, 250 mil. Paralelamente, com o apoio da Irmandade da Turquia, além dos já existentes, foram adquiridos novos laboratórios e atualmente 16 laboratórios funcionam em todo o país para testar todos os pacientes. Com pouco mais de 10 milhões de habitantes, mais de 66 mil pessoas foram testadas e esse processo continua em andamento. Este número nos colocou entre os 30 primeiros países que realizaram os testes. Como parte dos esforços internacionais para coordenar a luta com Covid-19, em 10 de abril por iniciativa do Presidente da República do Azerbaijão e também presidente do Conselho de Cooperação dos Estados de Língua Turca, Ilham Aliyev, foi realizado um extraordinário Conselho dos Estados Turcos via videoconferência. A Cúpula se concentrou na luta contra a pandemia de coronavírus.
Embassy – Pelo menos sete países colocaram em quarentena suas principais cidades, com a proibição de entrar e sair delas. É o caso de Kinshasa (RDC), Helsinque (Finlândia) e até Baku (Azerbaijão). As aglomerações em questão têm um total superior a 30 milhões de habitantes. Esta quarentena está sendo respeitada?
A partir de 05 de abril, pela decisão da Força-Tarefa de restrição de movimento no território da República do Azerbaijão, foi imposto um isolamento social. Além disso, foi proibida ainda a entrada por terra, ar e água no país, com exclusão de mercadorias de trânsito e suprimentos essenciais para a indústria e a economia dos países. Através de todos os meios de comunicação e mídias sociais, a Força-Tarefa informa diariamente a população sobre as medidas tomadas pelo governo para proteger a população, a importância e a necessidade de isolamento e responsabilidade pela violação de restrições impostas temporariamente. Segundo o relatório dessa equipe, a maioria da população entende e segue as regras, mas paralelo a isso, são apenas algumas reclamações de incidentes entre motoristas e pedestres.
Embassy – Com a pandemia, o país foi forçado a adiar o GP do Azerbaijão. Qual é a perda econômica por causa desse adiamento? O senhor já tem uma nova data para esse grande evento?
Infelizmente, a situação atual influenciou não apenas a execução do GP, mas um evento esportivo tão importante como os Jogos Olímpicos. No entanto, como todos os outros eventos, o GP do Circuito da Cidade de Baku, juntamente com a Austrália, Bahrein, Vietnã, China, Holanda, Espanha e Mônaco, foram adiados sem datas definidas.
Embassy – A Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) e seus aliados, que tem o Azerbaijão como membro, realizou uma reunião para discutir o colapso dos preços do petróleo associado à pandemia da covida-19. Qual é o resultado desta reunião? Como o preço de um barril de petróleo e gasolina é esperado para o consumidor final?
Hoje, como a economia mundial sofre com a pandemia de coronavírus, os países produtores de petróleo também enfrentam desafios decorrentes da queda drástica dos preços do petróleo. Nessa situação é essencial e importante ter uma posição consolidada em relação à política de extração, uma vez que nenhum país no mundo pode se beneficiar dos preços atuais do produto. A existência de um formato OPEC + bem testado, em que representantes de países produtores de petróleo podem se reunir para discutir as etapas necessárias, conduzindo não apenas à pandemia, mas também a possíveis crises econômicas pós-pandemia, dão algumas esperanças. Sob a forte liderança do Presidente da República do Azerbaijão, durante a última década, o Azerbaijão investiu fortemente na diversificação de sua economia e hoje a estabilidade econômica do país está bem protegida, mas, paralelamente a essa estabilidade nos mercados de petróleo, é uma das preocupações do nosso governo.
Embasy – Existe, apesar de toda essa crise mundial, otimismo no Azerbaijão? Na Turquia, o Presidente Tayyip Erdogan declarou que “se acreditarmos, teremos sucesso juntos. Seremos 83 milhões de corações unidos preparados contra o Covid-19″. Esse também é o pensamento do governo do Azerbaijão?
Hoje, o povo do Azerbaijão, consolidado sob a orientação sábia de nossa liderança política, continua seus passos firmes em direção à construção de nossa vida pós-pandemia e acreditamos que essa crise mundial tornará as pessoas ainda mais fortes e, com essa nota, quero terminar minha entrevista com palavras do nosso presidente Ilham Aliyev: «Voltando a todo o povo do Azerbaijão, quero dizer novamente: seja responsável, não viole a disciplina e as regras, cuide-se, seus filhos, parentes, para que possamos superar essa situação difícil com pequenas perdas! Juntos somos fortes!”.