Presidente francês, Emmanuel Macron, cumpre agenda oficial de quatro dias na Índia desde sexta-feira (9)
França e Índia fizeram votos neste sábado (10) de garantir a liberdade de navegação no Oceano Índico e assinaram acordo para acelerar a construção de uma grande usina nuclear na Índia por uma empresa francesa. O presidente francês, Emmanuel Macron, cumpre agenda oficial de quatro dias na Índia desde sexta-feira (9). Ele afirmou que os dois países devem ser aliados importantes.
“E eu sonho em ter cada vez mais cidadãos indianos vindo para a França — estudando, tornando-se empresários, criando startups — e quero que meu país seja o melhor parceiro da Europa, um ponto de entrada”, falou o mandatário francês. Macron disse querer dobrar o número de indianos que estudam na França. Já o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou ser vital a cooperação entre os dois países na região do Oceano Índico:
“Ambos os países acreditam que, para a paz mundial, o progresso e a prosperidade no futuro, a região do Oceano Índico vai desempenhar um papel muito importante.” Para ajudar a garantir a liberdade de navegação, as agências espaciais dos dois países assinaram um acordo para ajudá-las a detectar, identificar e monitorar embarcações marítimas.
Os Estados Unidos consideram a Índia como uma âncora crítica em uma estratégia regional para o Oceano Índico e Pacífico para controlar uma China cada vez mais assertiva. A Índia apoia países como a França e Austrália na frente da segurança marítima.A França tem três territórios ultramarinos no Oceano Índico, lar de cerca de um milhão de cidadãos franceses. Shivani Singh, um pesquisador indiano em segurança nuclear, afirma que a França, como a Índia, é um poder do Oceano Índico com uma cultura similar de autonomia estratégica.
“A França tem a maior Zona Econômica Exclusiva do mundo e 24% dela reside na região do Oceano Índico”, escreveu Singh em seu blog. “A França também tem bases militares em Djibouti e nos Emirados Árabes Unidos. Isso dá à França importantes interesses soberanos, demográficos e econômicos para defender militarmente a região”.
Energia nuclear e outros pontos de cooperação – Paris e Nova Deli concordaram o compartilhamento de informações nas áreas de mudança climática e cooperação militar. Em 2016, a Índia comprou 36 jatos Rafaele prontos para o voo da França por US$ 8,78 bilhões.Além destes pontos, também foi acertado a construção da usina nuclear Jaitpur, que irá fornecer 9.900 megawatts.
A usina nuclear da companhia Areva, entretanto, ficará em uma zona de atividade sísmica e muitos campesinos estão se recusando a sair de suas terras. Outro fator de destaque é o pontapé inicial da Aliança Solar Internacional — associação de 120 países em prol da energia solar que faz sua primeira reunião desde sua criação durante a Conferência do Clima de Paris, em 2015.
A França é o nono maior investidor estrangeiro na Índia. O comércio bilateral entre os dois países atingiu US$ 10,95 bilhões de abril de 2016 a março de 2017.
As principais exportações da Índia para a França são confecções, caldeiras, máquinas e equipamentos elétricos, produtos químicos orgânicos, material ferroviário, combustíveis minerais, artigos de couro e gemas e jóias.A França exporta para a Índia principalmente aeronaves, instrumentos médicos, produtos químicos orgânicos, ferro e aço, plásticos, produtos farmacêuticos e produtos químicos. Com informações do Sputnik.